terça-feira, 31 de julho de 2012

TUDO NOVO



Assim é que, se alguém está. em Cristo, nova criatura é: as coisas ve­lhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 5, versículo 17.)


É muito comum observarmos crentes inquietos, utilizando recursos sagrados da oração para que se perpetuem situações injustificáveis tão-só por­que envolvem certas vantagens imediatas para suas preocupações egoísticas.
Semelhante atitude mental constitui resolução muito grave.
Cristo ensinou a paciência e a tolerância, mas nunca determinou que seus discípulos estabeleces­sem acordo com os erros que infelicitam o mundo. Em face dessa decisão, foi à cruz e legou o último testemunho de não-violência, mas também de não-aco­modação com as trevas em que se compraz a maioria das criaturas.
Não se engane o crente acerca do caminho que lhe compete.
Em Cristo tudo deve ser renovado, O passado delituoso estará morto, as situações de dúvida terão chegado ao fim, as velhas cogitações do homem car­nal darão lugar a vida nova em espírito, onde tudo signifique sadia reconstrução para o futuro eterno.
É contra-senso valer-se do nome de Jesus para tentar a continuação de antigos erros.
Quando notarmos a presença de um crente de boa palavra, mas sem o íntimo renovado, dirigindo-se ao Mestre como um prisioneiro carregado de cadeias, estejamos certos de que esse irmão pode estar à porta do Cristo, pela sinceridade das intenções; no entanto, não conseguiu, ainda, a penetração no san­tuário de seu amor.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 7)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

ERGAMO-NOS



Levantar-me-ei e irei ter com meu pai...” — (LUCAS, capítulo 15, versículo 18.)


Quando o filho pródigo deliberou tornar aos braços paternos, resolveu intimamente levantar-se.
Sair da cova escura da ociosidade para o campo da ação regeneradora.
Erguer-se do chão frio da inércia para o calor do movimento reconstrutivo.
Elevar-se do vale da indecisão para a monta­nha do serviço edificante.
Fugir à treva e penetrar a luz.
Ausentar-se da posição negativa e absorver-se na reestruturação dos próprios ideais.
Levantou-se e partiu no rumo do Lar Paterno.
Quantos de nós, porém, filhos pródigos da Vida, depois de estragarmos as mais valiosas oportunidades, clamamos pela assistência do Senhor, de acor­do com os nossos desejos menos dignos, para que sejamos satisfeitos? quantos de nós descemos, vo­luntariamente, ao abismo, e, lá dentro, atolados na sombria corrente de nossas paixões, exigimos que O Todo-Misericordioso se faça presente, ao nosso lado, através de seus divinos mensageiros, a fim de que os nossos caprichos sejam atendidos?
Se é verdade, no entanto, que nos achamos empenhados em nosso soerguimento, coloquemo-nos de pé e retiremo-nos da retaguarda que desejamos abandonar.
Aperfeiçoamento pede esforço.
Panorama dos cimos pede ascensão.
Se aspiramos ao clima da Vida Superior, adian­temo-nos para a frente, caminhando com os padrões de Jesus.
Levantar-me-ei, disse o moço da parábola.
  • Levantemo-nos, repitamos nós.

(Fonte Viva; cap. 13)

domingo, 29 de julho de 2012

SEMPRE ADIANTE


Porque de quem alguém é ven­cido, do tal faz-se também escravo.” - (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 2, versículo 19.)

O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legitima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extrava­gância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as po­sições transitóriaS não paralisem OS vôos da alma.
Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais além”.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap 132)


sábado, 28 de julho de 2012

A CIÊNCIA E CONSTRUÇÃO

A caridade é paciente. - Paulo. (I Coríntios, 13:4.)
Indiscutivelmente não consegues corrigir, como talvez desejes, os desacertos da Humanidade, mas é possível ajustar o próprio coração à lei do amor a fim de que a redenção do mundo encontre em ti mesmo o ponto necessário de expansão.
Não julgues, porém, que pressa ou violência sejam climas adequados de ação para a vitória do bem.
* * *
Amarás e servirás; entretanto, não só isso: ampararás também.
Compreensão pede amadurecimento de raciocínio nos refolhos da alma.
* * *
Que dizer do lavrador que propiciasse leito e adubo à semente, sob a condição de ser correspondido com o fruto em apenas algumas horas?
Do professor que instituísse o apoio da escola' exigindo, por isso, que o aluno efetue a conquista de todos os louros culturais numa semana?
* * *
Auxilia aqueles a quem amas; no entanto, não lhes solicites espetáculos de entendimento e gratidão que ainda não sejam capazes de oferecer.
* * *
Que seria de nós se fôssemos constrangidos a pagar de improviso as contas do amor que temos recebido e com que temos sido sustentados, na longa fieira de nossas reencarnações, através dos séculos? Pensa nisso e semeia o bem quanto possas, porque a caridade é paciente e na caridade infatigável se edifica, em favor de nós todos, a paciência de Deus.

(Bênção de Paz; cap. 60)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Sofrerá Perseguições



E também todos os que piamente querem viver em Cristo J esus padecerão perseguições.” Paulo (II Timóteo, 3:12)
Incontestavelmente, os códigos de boas maneiras do mundo são sempre respeitáveis, mas é preciso convir que, acima deles, prevalecem os códigos de Jesus, cujos princípios foram por Ele gravados com a própria exemplificação.
O mundo, porém, raramente tolera o código de boas maneiras do Mestre Se te sentes ferido e procuras a justiça terrestre, considerar-te-ão homem
sensato; contudo, se preferes o silêncio do Grande Injustiçado da Cruz, ser-te-ão lançadas ironias à face.
Se reclamas a remuneração de teus serviços, há leis humanas que te amparam, considerando-te prudente; mas se algo de útil produzes sem exigir recompensa, recordando o Divino Benfeitor, interpretar-te-ão por louco.
Se te defendes contra os maus, fazendo valer as tuas razões, serás categorizado por homem digno; entretanto, se aplicares a humildade e o perdão do Senhor, serás francamente acusado de covarde e desprezível.
Se praticares a exploração individual, disfarçadamente, mobilizando o próximo a serviço de teus interesses passageiros, ser-te-ão atribuídos admiráveis dotes de inteligência e habilidade; todavia, se te dispões ao serviço geral para benefício de todos, por amor a Jesus, considerar-te-ão idiota e servil.
Enquanto ouvires os ditames das leis sociais, dando para receber, fazendo algo por buscar alheia admiração, elogiando para ser elogiado, receberás infinito louvor das criaturas, mas no momento em que, por fidelidade ao Evangelho, fores compelido a tomar atitudes com o Mestre, muita vez com pesados sofrimentos para o teu coração, serás classificado à conta de insensato.
Atende, pois, ao teu ministério onde estiveres, sem qualquer dúvida nesse particular, certo de que, por muito tempo ainda, o discípulo fiel de Jesus, na Terra, sofrerá perseguições.
(Vinha de Luz; cap. 77)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

PÁGINAS


Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia.” (Tiago, 3:17)
Toda página escrita tem alma e o crente necessita auscultar-lhe a natureza.
O exame sincero esclarecerá imediatamente a que esfera pertence, no círculo de atividade destruidora no mundo ou no centro dos esforços de edificação para a vida espiritual.
Primeiramente, o leitor amigo da verdade e do bem analisar-lhe-á as linhas, para ajuizar da pureza do seu conteúdo, compreendendo que, se as suas expressões foram nascidas de fontes superiores, aí encontrará os sinais inequívocos da paz, da moderação, da afabilidade fraternal, da compreensão amorosa e dos bons frutos, enfim.
Mas, se a página reflete os venenos sutis da parcialidade humana, semelhante mensagem do pensamento não procede das esferas mais nobres da vida.
Ainda que se origine da ação dos Espíritos desencarnados, supostamente superiores, a folha que não faça benefício em harmonia e construção fraternal é, apenas, reflexo de condições inferiores.
Examina, pois, as páginas de teu contacto com o pensamento alheio, diariamente, e faze companhia àquelas que te desejam elevação. Não precisas das que se te figurem mais brilhantes, mas daquelas que te façam melhor.
(Pão Nosso; cap. 15)


quarta-feira, 25 de julho de 2012

DIREITO


"E qualquer que tiver dado só que seja um copo dágua fria a um destes pequenos, como meu discípulo, em verdade os digo que de modo algum perderá o seu galardão". – Jesus (Mateus, 10:42)
Dever cumprido é raiz do direito conquistado: entretanto em todas as circunstâncias da vida identificamos os mais diferentes direitos.
Tens o direito de pedir onde emprestas generosidade e colaboração, mas desconheces até que ponto as tuas solicitações são capazes de tisnar as fontes da espontaneidade ou podar os interesses alheios.
Usufruis o direito de advertir nos setores em que trazes o encargo de ensinar; contudo é preciso hajas adquirido imenso patrimônio de amor para que a tua correção não se transforme em ofensa ou desencorajamento nos outros.
Guardas o direito de analisar; todavia se ainda não entesouraste bastante experiência para compreender é possível que a observação exagerada te leve à secura.
Deténs o direito de corrigir construtivamente na esfera das responsabilidades pessoais que te honorificam a vida; no entanto, por mais que a verdade te brilhe no verbo, se te falta bondade para acalentar a esperança a tua palavra se erguerá por martelo endereçado à destruição.
Dispões do direito de reclamar onde empregas a tua parcela de esforço no levantamento do bem de todos, mas ignoras o limite depois do qual as tuas reivindicações são suscetíveis de ferir esse ou aquele companheiro em posição mais desvantajosa que a tua.
Em todo tempo e em qualquer parte, porém, desfrutamos o direito maior de todos, aquele que nunca nos frustra as possibilidades de melhoria e que sempre nos abre as portas da felicidade na convivência, uns com os outros, aqueles em cujo exercício jamais lesaremos a quem quer que seja: o direito que nomearemos como sendo para todos nós, os filhos de Deus, o privilégio de servir.

(Segue-me; cap. 71)


terça-feira, 24 de julho de 2012

NO PÃO ESPIRITUAL



Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: ‘amas-me?” e disse-lhe: “Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas.” (JOAO, 21:17.)
Assinalando a preocupação do Divino Pastor, em se dirigindo a Simão Pedro para recomendar-lhe as ovelhas, é importante observar que Mestre solicita qualquer atividade maravilhosa.
Não ordena que o apóstolo lhes converta os balidos em trechos de música.
Não determina se lhes transforme o pelo em fios de ouro.
Não aconselha se transfigure o redil em palácio.
Não exige se lhes conceda regime de exceção.
Não manda se lhes dê asas.
Roga simplesmente para que o apóstolo lhes administre alimento, a fim de que vivam e produzam para o bem geral, sem fugir aos preceitos do trabalho e sem abolir os ditames da evolução.
Certo, no entanto, o Excelso Condutor não sentia necessidade de advertir o companheiro quanto ao cuidado justo de não se adicionarem agentes tóxicos aos bebedouros e à forragem normal.
Assim também, no domínio das criaturas humanas.
Trabalhadores das ideias, chamados a nutrir o pensamento da multidão, em verdade, o Cristo não espera mudeis os vossos leitores e ouvintes em modelos de heroísmo e virtude. Conta com o vosso esforço correto para que a refeição do conhecimento superior seja distribuída com todos aguardando, porém que a mesa de vossas atitudes se mostre asseada e que o alimento de vossas palavras esteja limpo.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 123)


segunda-feira, 23 de julho de 2012

FORÇA

"O meu mandamento é este: que vos amei uns aos outros, assim como eu vos amei". - Jesus. (João, 15:12).
Existem na vida força e força.
A força da gravitação se exerce entre todas as partículas do Universo e conquanto equilibre os mundos na Imensidade Cósmica não cria o menor vínculo de compreensão fraternal na intimidade do ser.
A força elétrica move guindastes de grande porte, mas, embora sustente máquinas de assombroso poder, transportando toneladas, não diminui, nem mesmo de leve, o peso da angústia no coração.
A força executiva determina obediência aos textos legais, e se logra, muitas vezes, influenciar milhares de destinos, nem sempre consegue modificar no espírito essa ou aquela íntima decisão.
A força física preside campeonatos de habilidade e robustez conseguindo subjugar adversários até mesmo no terreno da agressão e da violência, mas não clareia o menor dos distritos no campo do sentimento.
A força das forças, porém, aquela que sublima os astros e alimenta motores para o bem, que encaminha a autoridade para a misericórdia e aciona os braços no serviço aos semelhantes - a única que penetra a alma e lhe orienta os impulsos na direção da felicidade e da paz, da elevação e do entendimento - é a força do amor.

(Segue – me; cap. 72)

domingo, 22 de julho de 2012

Estações Necessárias


Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor.” (Atos, 3:19)
Os crentes inquietos quase sempre admitem que o trabalho de redenção se processa em algumas providências convencionais e que apenas com certa atividade externa já se encontram de posse dos títulos mais elevados, junto aos Mensageiros Divinos.
A maioria dos católicos romanos pretende a isenção das dificuldades com as cerimônias exteriores; muitos protestantes acreditam na plena identificação com o céu tão só pela enunciação de alguns hinos, enquanto enorme percentagem de espiritistas se crê na intimidade de supremas revelações apenas pelo fato de haver frequentado algumas sessões.
Tudo isto constitui preparação valiosa, mas não é tudo.
Há um esforço iluminativo para o interior, sem o qual homem algum penetrará o santuário da Verdade Divina.
A palavra de Pedro à massa popular contém a síntese do vasto programa de transformação essencial a que toda criatura se submeterá para a felicidade da união com o Cristo. Há estações indispensáveis para a realização, porquanto ninguém atingirá de vez a eterna claridade da culminância.
Antes de tudo, é imprescindível que o culpado se arrependa, reconhecendo a extensão e o volume das próprias faltas e que se converta, a fim de alcançar a época de refrigério pela presença do Senhor nele próprio. Aí chegado, habilitar-se-á para a construção do Reino Divino em si mesmo.
Se, realmente, já compreendes a missão do Evangelho, identificarás a estação em que te encontras e estarás informado quanto aos serviços que deves levar a efeito para demandar a seguinte.
(Pão Nosso; cap. 13)

sábado, 21 de julho de 2012

NOS DOMÍNIOS DO BEM

"Mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse compor obrigação, mas espontâneo" - Paulo (Filemon, 1:14.)
É das Leis evolutivas que todos os agentes inferiores da Natureza sirvam em regime de compulsória.
Pedras são arrancadas ao berço multimilenário para que obedeçam nas construções.
Tombam vegetais, a duros lances de força para se fazerem mais úteis.
Animais sofrem imposições e pancadas, afim de se entregarem à prestação de serviço.
Alcançando, no entanto, a razão, por atestado de madureza própria, o espírito é chamado ao livre arbítrio, por filho do criador que atingiu a maioridade na criação.
Chegado a essa fase, ilumina-se pela chama interior do discernimento para a aquisição das experiências que lhe cabem realizar, de modo a erguer seus méritos, podendo, em verdade, escolher o caminho reto ou sinuoso, claro ou escuro, em que mais se apraza.
Reflete, pois, na liberdade íntima e pessoal de que dispões para fazer o bem, amplamente, ilimitadamente, constantemente ...
Escrevendo a Filêmon, disse Paulo: "mas nada quis fazer sem o teu parecer, para que o teu benefício não fosse como por obrigação, mas espontâneo".
Assim, também, o Divino Mestre para conosco.
Aqui e ali, propõe-nos, de maneira direta ou indireta, ensinamentos e atitudes, edificações e serviços, mas espera sempre por nossa resposta voluntária, de vez que a obra da verdadeira sublimação espiritual não comporta servos constrangidos.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 120)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Adiante de vós

Mas ide dizer a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galileia.” (Marcos, 16:7)
É raro encontrarmos discípulos decididos à fidelidade sem mescla, nos momentos que a luta supera o âmbito normal.
Comumente, em se elevando a experiência para maiores demonstrações de coragem, valor e fé, modifica-se-lhes o ânimo, de imediato. Converte-se a segurança os obstáculos e surgirá dolorosa incerteza.
Os aprendizes, no entanto, não devem olvidar a sublime promessa do princípio, quando o pastor recompunha o rebanho disperso.
Quando os companheiros, depois da Ressurreição, refletiam no futuro, oscilando entre a dúvida e a perplexidade, eis que o Mensageiro do Mestre lhes endereça aviso salutar, assegurando que o Senhor marcharia adiante dos amigos, para a Galileia, onde aguardaria os amados colaboradores, a fim de assentarem as bases profundas do trabalho evangélico no porvir.
Não nos cabe esquecer que, nas primeiras providências do apostolado divino, Jesus sempre se adiantou aos companheiros nos testemunhos santificantes.
E assim acontece, invariavelmente, no transcurso dos séculos.
O Mestre está sempre fazendo o máximo na obra redentora, contando com o esforço dos cooperadores apenas nas particularidades minúsculas do celeste serviço...
Não vos entregueis às sombras da indecisão quando permanecerdes sozinhos ou quando o trabalho se agrave na estrada comum.
Ide, confiantes e otimistas, às provações salutares ou às tarefas dilacerantes que esperam por nosso concurso e ação. Decerto, não seremos quinhoados por facilidades deliciosas, num mundo onde a ignorância ainda estabelece lamentáveis prisões, mas sigamos felizes no encalço das obrigações que nos competem, conscientes de que Jesus, amoroso e previdente, já seguiu adiante de nós...

(Vinha de Luz; Cap. 67)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

A CAMINHO DO ALTO


(Porque eu sou o menor dos apóstolos... – Paulo. (I Coríntios,15:9).
Decididamente, muitos defeitos nos caracterizam ainda o progresso moral deficitário. Não nos será lícito, porém, esquecer algumas das bênçãos que já conseguimos amealhar com o amparo do Mestre Divino.
* * *
Não temos a santidade; no entanto, já nos matriculamos na escola do bem, aprendendo a evitar as arremetidas do mal.
* * *
Não dispomos de sabedoria, mas já percebemos a importância do estudo, diligenciando entesourar-lhe os valores imperecíveis.
* * *
Não possuímos a inexpugnabilidade moral; todavia, já sabemos orar,organizando a própria resistência contra o assédio das tentações.
* * *
Não nos galardoamos ainda com o total desprendimento de nós mesmos, notadamente no capítulo do perdão incondicional; contudo, já aceitamos a necessidade de abandonar a concha do egoísmo,exercitando-nos em diminutivos gestos de entendimento e fraternidade para alcançar a vivência da grande abnegação.
* * *
Não atingimos o sentimento imaculado; entretanto, pelo esforço na disciplina de nossas inclinações e desejos,já nos adestramos,a pouco e pouco e pouco,para aquisição do amor puro.
* * *
Não entremostramos, de leve, o heroísmo da fé absoluta, mas já assimilamos grau relativo de confiança na Divina Providência, buscando agradecer-lhe a paz dos dias serenos, tanto quanto invocando-lhe a proteção para a travessia das horas difíceis.
* * *
Sem dúvida, estamos muito longe, infinitamente muito longe da perfeição...Cabe, porém, a nós, aprendizes do Evangelho, a obrigação de confrontar-nos hoje com o que éramos ontem e, a nosso ver, feito isso, cada um de nós pode, sem pretensão para frasear as palavras do apóstolo Paulo, nos versículos 9 e 10, do capítulo 15, de sua Primeira Epístola aos Coríntios: - “Dos servidores do Senhor, sei que sou o menor e o mais endividado perante a Lei,mas com a graça de Deus sou o que sou”...


(Bênçãos de Paz; cap. 1)

quarta-feira, 18 de julho de 2012

EVOLUÇÃO E FELICIDADE

“Porque nada podemos contra a verdade senão pela verdade.” – PAULO. (Coríntios, 13:8.)
Não esperavas talvez que expressões espetaculares te marcassem na Terra os processos de vivência humana.
E, muitas vezes, nós mesmos destacamos a disparidade entre as vitórias do raciocínio e as conquistas do sentimento.
Filósofos lamentam as distâncias entre a ciência e o amor.
Ainda assim, acima de nossos próprios pontos de vista, anteriormente expendidos, somos forçados a considerar que os domínios de um e outro são muito diferentes.
Onde os eletrocardiógrafos capazes de medir o grau da dedicação dos pais pelos filhos?
Onde os computadores que nos traduzem em número e especificação as doenças suscitadas pelo ódio? Como encontrar as máquinas que possam frenar, entre os povos, os impulsos da guerra e da delinquência? Em que prodigioso supermercado adquirir exaustores, das paixões que, na Terra, enquanto encarnados, tanta vez nos devastam a alma, inclinando-nos à loucura ou ao suicídio? E onde, por fim, surpreender as engrenagens que nos mantenham, aí no mundo, com serenidade e equilíbrio, frustrando-nos as lágrimas, quando apertamos, em vão, entre as nossas, as mãos desfalecentes das criaturas queridas que se despedem de nós, antecedendo-nos, na viagem da morte?
Não te apaixones pelo progresso sem amor.
De que te valeria palmilhar, por meses e meses, um deserto formado em pepitas de ouro, sema bênção da fonte, ou residir num palácio sem luz?
Atende à evolução para aperfeiçoar a vida, mas cultiva a fé e a paciência, a humildade e a compreensão que te balsamizem o espírito, porque não existe felicidade sem amor e não existe amor, sem responsabilidade, fora das Leis de Deus.

(Ceifa de Luz; cap. 65)

terça-feira, 17 de julho de 2012

QUANDO ORARDES

        “E, quando estiverdes orando, perdoai.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 11, VERSÍCULO 25.)

A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares. Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se mo­difica de maneira imperceptível, nos círculos do tem­po; todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contacto com o sentido eterno e criador da vida infinita.
Examine cada aprendiz as sensações que expe­rimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.
A mente que ora, permanece em movimentação na esfera invisível.
As inteligências encarnadas, ainda mesmo quan­do se não conheçam entre si, na pauta das conven­ções materiais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração. Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensa­gens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.
É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, cons­ciente ou inconscientemente. É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mu­lheres isentos de culpa, lançou este expressivo pro­grama de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: — “E, quando estiverdes orando, per­doai.”
(Pão Nosso; cap. 45)


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Na Presença do Cristo

“Em verdade vos digo que o Céu e a Terra não passarão sem que tudo o que se acha na lei esteja perfeitamente cumprido, enquanto reste um único iota e um único ponto.” JESUS - MATEUS, 5: 18.
“0 Cristo foi o Iniciador da mais pura, da mais sublime moral, da moral evangélico -cristã, que há de renovar o mundo, aproximar os homens e torna-los irmãos; que há de fazer brotar de todos os corações a caridade e o amor do próximo e estabelecer entre os humanos uma solidariedade comum; de uma perfeita moral, enfim, que há de transformar a Terra, tornando-a morada de Espíritos superiores aos que hoje a habitam.” O Evangelho Segundo o Espiritismo Cap. 1, item 9.
A ciência dos homens vem liquidando todos os problemas, alusivos ao reconforto da Humanidade.
Observou a escravidão do homem pelo próprio homem e dignificou o trabalho, através de leis compassivas e justas.
Reconheceu o martírio social da mulher que as civilizações mantinham em multimilenário regime de cativeiro e conferiu-1he acesso às universidades e profissões.
Inventariou os desastres morais do analfabetismo e criou a grande imprensa.
Viu que a criatura humana tombava prematuramente na morte, esmagada em atividade excessiva pela própria sustentação e deu-lhe a força motriz.
Examinou o insulamento dos cegos e administrou-1hes instrução adequada.
Catalogou os delinquentes por enfermos transformou prisões em penitenciárias-escolas.
Comoveu-se, diante das moléstias contagiosas, e fabricou a vacina.
Emocionou-se, perante os feridos e doentes desesperados, e inventou a anestesia.
Anotou os prejuízos da solidão e construiu máquinas poderosas que interligassem os continentes.
Analisou o desentendimento sistemático que oprimia as nações e ofereceu-lhes o livro e o telegrafo, o rádio e a televisão que as aproxima na direção de um mundo só.
Entretanto, os vencidos da angústia aglomeram-se na Terra de hoje como enxameavam na Terra de ontem...
Articulam-se todas formas e despontam de todas as direções.
Perderam o emprego que lhes garantia a estabilidade familiar e desorientam-se abatidos, à procura de pão.
Foram despejados do, teto, hipotecado à solução de constringentes necessidades e vagueiam sem, rumo.
Encontram-se despojados de esperança, pela deserção dos afetos mais caros, e abeiram-se do suicídio.
Caíram em perigosos conflitos da consciência e aguardam leve sorriso que os reconforte.
Envelheceram sacrificados pelas exigências de filhos queridos que lhes renegaram a convivência nos dias da provação, e amargam doloroso abandono.
Adoeceram gravemente e viram-se transferidos da equipe doméstica para os azares da mendicância.
Transviaram-se no pretérito e renasceram, trazendo no próprio corpo os sinais aflitivos das culpas que resgatam, pedindo cooperação.
Despediram-se dos que mais amavam no frio portal do túmulo e carregam os últimos sonhos da existência cadaverizados agora no esquife do próprio peito.
Abraçaram tarefas de bondade e ternura e são mulheres supliciadas de fadiga e de pranto, conduzindo os filhinhos que alimentam à custa das próprias lágrimas.
Gemem, discretos, e surgem na forma de crianças, desprezadas, à maneira de flores que a ventania quebrou, desapiedada, no instante do amanhecer.
Para eles, os que tombaram no sofrimento moral, a ciência dos homens não dispõe de recursos.
É por isso que Jesus, ao reuni-los em multidão, no tope do monte, desfraldou a bandeira da caridade e, proclamando as bem - aventuranças eternas, no-los entregou por filhos do coração...
Companheiro da Terra quando estendes uma palavra consoladora ou um abraço fraterno, uma gota de bálsamo ou uma concha de sopa, aliviando os que choram, estás diante deles, na presença do Cristo, com quem, aprendemos que o único remédio capaz de curar as angústias da vida nasce do amor, que derrama, sublime, da ciência de Deus.

(Livro da Esperança; cap. 2)

domingo, 15 de julho de 2012

SEGUINDO À FRENTE

 “Assim que se alguém está em Cristo nova criatura é...” - Paulo. (II Coríntios, 5:17.)
Dificuldades, fracassos, conflitos e frustrações... Possivelmente, faceaste tudo isso restando-te unicamente largo rescaldo de pessimismo.
Apesar de tudo, a vida te busca a novas empresas de trabalho e renovação.
O sol brilha, o mar de oxigênio te refaz energias, o progresso trabalha, o chão produz e parece que a noite se te abriga no ser.
Ergue-te em espírito e empreende a jornada nova.
Uma estrada se continua em outra estrada, uma fonte associa-se à outra.
Tens contigo a riqueza do tempo a esperar-te na aplicação dela própria, a fim de que a felicidade te favoreça.
Varre os escaninhos da alma, expurgando-te lembranças amargas e deixa que a luz do presente consiga alcançar-te por dentro das próprias forças.
Renova-te e segue adiante, trabalhando e servindo. E à medida que avances, caminho afora, entre a bênção de compreender e o contentamento de ser útil, perceberás que todos os obstáculos e sombras de ontem se fizerem lições e experiências, enriquecendo-te o coração de segurança e de alegria para que sigas em paz, no rumo de conquistas imperecíveis, ante o novo amanhecer.

(Ceifa de Luz; cap. 23)

sábado, 14 de julho de 2012

CARIDADE DO ENTENDIMENTO

"Agora, pois, permanecem estas três, a fé, a esperança e a caridade;porém, a maior destas é a caridade". - PAULO (I Corintíos, 13:13.)
Na sustentação do progresso espiritual precisamos tanto da caridade quanto do ar que nos assegura o equilíbrio orgânico.
Lembra-te de que a interdependência é o regime instituído por Deus para a estabilidade de todo o Universo e não olvides a compreensão que devemos as todas as criaturas.
Compreensão que se exprima, através de tolerância e bondade incessantes, na sadia convicção de que ajudando aos outros é que poderemos encontrar o auxílio indispensável à própria segurança.
À frente de qualquer problema complexo naqueles que te rodeiam, recorda que não seria justa a imposição de teus pontos de vista para que se orientem na estrada que lhes é própria O criador não dá cópias e cada coração obedece a sistema particular de impulsos evolutivos.
Só o amor é o clima adequado ao entrelaçamento de todos os seres da Criação e somente através dele integrar-nos-emos na sintonia excelsa da vida.
Guarda, em todas as fases do caminho, a caridade que identifica a presença do Senhor nos caminhos alheios, respeitando-lhes a configuração com que se apresentam.
Não te esqueças de que ninguém é ignorante porque o deseje e, estendendo fraternos braços aos que respiram atribulados na sombra, diminuirás a penúria que se extinguirá, por fim, no mundo, quando cada consciência ajustar-se à obrigação de servir sem mágoa e sem reclamar é que permaneceremos felizes na ascensão para Deus.
(Ceifa de Luz; Cap. 1)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

PENSA UM POUCO

“As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.” — Jesus. (JOÃO, CAPÍTULO 10, VERSÍCULO 25.)
É vulgar a preocupação do homem comum, relativamente às tradições familiares e aos institutos terrestres a que se prende, nominalmente, exaltan­do-se nos títulos convencionais que lhe identificam a personalidade.
Entretanto, na vida verdadeira, criatura alguma é conhecida por semelhantes processos. Cada Espírito traz consigo a história viva dos próprios feitos e somente as obras efetuadas dão a conhecer o valor ou o demérito de cada um.
Com o enunciado, não desejamos afirmar que a palavra esteja desprovida de suas vantagens indiscutíveis; todavia, é necessário compreender-se que o verbo é também profundo potencial recebido da In­finita Bondade, como recurso divino, tornando-se indispensável saber o que estamos realizando com esse dom do Senhor Eterno.
A afirmativa de Jesus, nesse particular, reveste-se de imperecível beleza.
Que diríamos de um Salvador que estatuísse re­gras para a Humanidade, sem partilhar-lhe as di­ficuldades e impedimentos?
O Cristo iniciou a missão divina entre homens do campo, viveu entre doutores irritados e pecadores rebeldes, uniu-se a doentes e aflitos, comeu o duro pão dos pescadores humildes e terminou a ta­refa santa entre dois ladrões.
Que mais desejas? Se aguardas vida fácil e si­tuações de evidência no mundo, lembra-te do Mestre e pensa um pouco.

(Pão Nosso; cap. 2)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Homens e Anjos


Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder, não pronunciam contra eles juízo blasfemo diante do Senhor.” (II PEDRO, 2: 11)
É lastimável observar o grande número de pessoas que estão sempre dispostas a proferir sentenças blasfematórias, umas para com as outras. A leviandade domina-lhes as conversações, a mesquinhez corrompe-lhes as atividades nos mais diversos setores da vida.
Exceção feita aos sinceros cultivadores da luz religiosa, quase todos os homens se conservam à porta de situações ásperas em que o esforço difamatório lhes envenena a vida. Alimentam antipatias injustas para com os irmãos de atividade profissional, pelo próximo que lhes não aceita as idéias, pelos companheiros que se não afinam com os seus princípios. E como a lei é de compensação e troca, receberão dos colegas e dos vizinhos as mesmas vibrações destruidoras.
Guerras silenciosas, nesse sentido, têm, por vezes, secular duração.
Entretanto, o homem jactancioso está sempre rodeado pela ação benéfica de Espíritos iluminados e generosos, que, quanto mais revestidos de poder divino, mais se compadecem das fragilidades humanas, estendendo-lhes mãos acolhedoras para o caminho e jamais pronunciando juízos condenatórios diante do Senhor.
Toda vez que fores compelido a analisar os esforços alheios, recorda a palavra de Pedro. Não te esqueças de que as entidades angélicas, mananciais vivos e sublimes de força e poder, nunca enunciam sentenças acusatórias contra ti, diante de Deus.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 131)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

EM SILÊNCIO

"Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos do
Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus." - Paulo. (EFÉSIOS, 6:6.)
Se sabes, atende ao que ignora, sem ofuscá-lo com a tua luz.
Se tens, ajuda ao necessitado, sem molestá-lo com tua posse.
Se amas, não firas o objeto amado com exigências.
Se pretendes curar, não humilhes o doente.
Se queres melhorar os outros, não maldigues ninguém.
Se ensinas a caridade, não te trajes de espinhos, para que teu contacto não
dilacere os que sofrem.
Tem cuidado na tarefa que o Senhor te confiou.
É muito fácil servir à vista. Todos querem fazê-lo, procurando o apreço dos
homens.
Difícil, porém, é servir às ocultas, sem o ilusório manto da vaidade.
É por isto que, em todos os tempos, quase todo o trabalho das criaturas é
dispersivo e enganoso. Em geral, cuida-se de obter a qualquer preço as
gratificações e as honras humanas.
Tu, porém, meu amigo, aprende que o servidor sincero do Cristo fala pouco
e constrói, cada vez mais, com o Senhor, no divino silêncio do espírito...
Vai e serve.
Não te dêem cuidado as fantasias que confundem os olhos da carne e nem
te consagres aos ruídos da boca.
Faze o bem, em silêncio.
Foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a
vontade de Deus.



(Vinha de Luz; cap. 10)

terça-feira, 10 de julho de 2012

BRILHE VOSSA LUZ

Meu amigo, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento
espiritual
que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções.
Mas
ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do
sofrimento,
pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito
deliberado,
durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem
construir senão
a piedade alheia, sob a qual se comprazem.
Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam
motivos para
o sarcasmo de que se alimentam.
Observamos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único
objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais,
através
de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga
envenenado licor.
Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de
insulamento, de
prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus, porém - aquele homem que já se entediou das
substâncias
deterioradas da experiência transitória -, pede a luz da sabedoria, a fim de
aprender a
semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que esperam a vida renovada em Cristo, famintos de
claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso.
Dentro dele, não há palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um esforço para que nos integremos no Evangelho,
celeiro
divino do nosso pão de imortalidade.
Não é exortação, nem profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende,
consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a
instrumentalidade de nossa
vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se
revele, por nosso
intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com
sabedoria, para
a atualidade do mundo.
Brilhe vossa luz! - proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! - repetimos nós.

(Vinha de Luz; prefácio)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

NA ROTA DO EVANGELHO


“Recebei-nos em vossos corações ...”
Paulo (II Coríntios, 7:2.)
É razoável a vigilância na recepção dos ensinamentos evangélicos.
Tanto quanto possível, é imperioso manejar as ferramentas do maior esforço para
verificar-lhes a clareza, de modo a transmiti-las a outrem com a autenticidade precisa.
Exatidão histórica. Citação escorreita. Lógica natural.
Linguagem limpa. Comentários edificantes. Ilustrações elevadas.
Atentos à respeitabilidade do assunto, não será justo perder de vista a informação segura,
a triagem gramatical, a imparcialidade do exame e a conceituação digna, a fim de que
impropriedades e sofismas não venham turvar a fonte viva e pura da verdade que se
derrama originariamente do cristo para esclarecimento da humanidade.
Ainda assim, urge não esquecer que as instruções do divino mestre se nos dirigem acima
de tudo, aos sentimentos, diligenciando amparar-nos a renovação interior para que nos
ajustemos aos estatutos do bem eterno.
Eis o motivo pelo qual, em todos os serviços da educação evangélica, é importante
reflitamos no apontamento feliz do apóstolo Paulo:- “recebei-nos em vossos corações ...”

(Palavras de Vida Eterna; cap. 126)

domingo, 8 de julho de 2012

EXAMINA-TE



Nada faças por contenda ou por vanglória, mas por humildade.” - Paulo. (FILIPENSES, capítulo 2, versículo 3.)


O serviço de Jesus é infinito. Na sua órbita, há lugar para todas as criaturas e para todas as idéias sadias em sua expressão substancial.
Se, na ordem divina, cada árvore produz segundo a sua espécie, no trabalho cristão, cada discípulo contribuirá conforme sua posição evolutiva.
A experiência humana não é uma estação de prazer. O homem permanece em função de aprendi­zado e, nessa tarefa, é razoável que saiba valorizar a oportunidade de aprender, facilitando o mesmo en­sejo aos semelhantes.
O apóstolo Paulo compreendeu essa verdade, afirmando que nada deveremos fazer por espírito de contenda e vanglória, mas, sim, por ato de humildade.
Quando praticares alguma ação que ultrapasse o quadro das obrigações diárias, examina os móveis que a determinaram. Se resultou do desejo injusto de supremacia, se obedeceu somente à disputa des­necessária, cuida de teu coração para que o caminho te seja menos ingrato. Mas se atendeste ao dever, ainda que hajas sido interpretado como rigorista e exigente, incompreensivo e infiel, recebe as obser­vações indébitas e passa adiante.
Continua trabalhando em teu ministério, recor­dando que, por servir aos outros, com humildade, sem contendas e vanglórias, Jesus foi tido por imprudente e rebelde, traidor da lei e inimigo do povo, recebendo com a cruz a coroa gloriosa.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 3)

sábado, 7 de julho de 2012

TRISTEZA



Porque a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do mundo gera a morte.” — Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 7, versículo 10.)


Conforme observamos na advertência de Paulo, há “uma tristeza segundo Deus” e outra “segundo a Terra”. A primeira soluciona problemas atinentes àvida verdadeira, a segunda é caminho para a morte, como símbolo de estagnação, no desvio dos senti­mentos.
Muita gente considera virtudes a lamentação in­cessante e o tédio continuado. Encontramos os tristes pela ausência de dinheiro adequado aos excessos; vemos os torturados que se lastimam pela impossibi­lidade de praticar o mal; ouvimos os viciados na queixa doentia, incapazes do prazer de servir sem aguilhões. Essa é a tristeza do mundo que prende o Espírito à teia de reencarnações corretivas e peri­gosas.
Raros homens se tocam da “tristeza segundo Deus”. Muito poucos contemplam a si próprios, con­siderando a extensão das falhas que lhes dizem respeito, em marcha para a restauração da vida, no presente e no porvir. Quem avança por esse caminho redentor, se chora jamais atinge o plano do soluço enfermiço e da inutilidade, porque sabe reajustar-se, valendo-se do tempo, a golpes benditos de esforço para as novas edificações do destino.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 130)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

NO CONVÍVIO DO CRISTO


“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é:
as coisas velhas já Passaram; eis que tudo se fez novo”
Paulo (II Coríntios, 5:17.)
É comum ouvirmos a cada passo observações de companheiros desarvorados e
abatidos, a fixarem emoções e pensamentos em pessimismo e azedume, qual se
acalentassem espinheiros e charcos submersos neles mesmos.
Respiram e caminham, transportando consigo enorme submundo de mágoas e
desilusões, deixando, onde pisem, escuro rastro de fel.
Falam de experiências dolorosas da própria vida íntima, empregando mil frases tortuosas
e contundentes no apontamento que poderiam encaixar em algumas poucas palavras
claras e simples.
Dramatizam desencantos.
Reconstituem doenças passadas, com a volúpia de que lhes procura o indesejável
convívio.
Queixam-se de ingratidões.
Apontam preterições e prejuízos que sofreram em épocas precedentes.
Historiam episódios tristes que a vida já relegou aos arquivos do tempo.
E, com isso, envenenam a vida e enceguecem a própria alma, incapazes de perceber que
o evangelho é luz e renovação nos campos do espírito.
Se antigas dores e problemas superados te voltam à imaginação,esquece-os e segue
adiante...
Pensa no melhor que te espera e busca voluntariamente o trabalho a fazer.
Consoante a assertiva do Apóstolo, se alguém permanece em Cristo, nova criatura é,
porque, efetivamente, quando a nossa vida está em Jesus, tudo em nós e diante de nós
se faz novo.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 125)

quinta-feira, 5 de julho de 2012

ANTE A PALAVRA DO CRISTO

"...As palavras que eu vos disse, são espírito e vida."
Jesus (João, 6:63).
Em todos os tempos surgem no mundo grandes Espíritos que manejam a palavra,
impressionando multidões; entretanto, falam em âmbito circunscrito, ainda quando se
façam ouvidos em vários continentes.
Dante define uma época.
Camões exalta uma raça.
Shakespeare configura as experiências de um povo.
Voltaire exprime determinada transformação social
A palavra de Jesus, no entanto, transcende lavores artísticos, jóias literárias, plataformas
políticas, postulados filosóficos, fórmulas estanques. Dirige-se a todas as criaturas da
Terra, com absoluta oportunidade, estejam elas nesse ou naquele campo de evolução.
É por isso que a Doutrina Espírita a reflete, não por mera reforma dos conceitos
superficiais do movimento religioso, à maneira de quem desmontasse antigo prédio para
dar disposição diferente aos materiais que o integram, em novo edifício destinado a
simples efeitos exteriores.
Os ensinamentos do Mestre, nos princípios espíritas-cristãos, constituem sistema
renovador, indicação de caminho, roteiro de ação, diretriz no aperfeiçoamento de cada
ser.
Quando os manuseies, não te julgues, assim apenas como quem se vê à frente de um
espetáculo de beleza, junto do qual devas tão somente chorar, seja nutrindo a fonte da
própria emotividade ou penitenciando-te, quanto aos próprios erros.
Além das lágrimas, aprendamos igualmente a pensar, a purificar-nos, a reerguer-nos e
servir.
A necessidade da alma é semelhante à sede ou à fome, ao desajuste moral ou à
moléstia, que são iguais em qualquer clima.
A lição do Cristo é também comparável à fonte e ao pão, ao fator equilibrante e ao
medicamento, que são fundamentalmente os mesmos, em toda parte.
No trato, pois, de nós ou dos outros, é forçoso não olvidar que o próprio Senhor nos
avisou de que as suas palavras são espírito e vida.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 118)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

CRÊ E SEGUE


“Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.” —
Jesus. (JOÃO, CAPÍTULO 17, VERSÍCULO 18.)
Se abraçaste, meu amigo, a tarefa espiritista-cristã, em nome da fé sublimada, sedento
de vida superior, recorda que o Mestre te enviou o coração renovado ao vasto campo
do mundo para servi-lo.
Não só ensinarás o bom caminho. Agirás de acordo com os princípios elevados que
apregoas.
Ditarás diretrizes nobres para os outros, contudo, marcharás dentro delas, por tua vez.
Proclamarás a necessidade de bom ânimo, mas seguindo, estrada a fora, semeando
alegrias e bênçãos, ainda mesmo quando incompreendido de todos.
Não te contentarás em distribuir moedas e benefícios imediatos. Darás sempre algo de
ti mesmo ao que necessita.
Não somente perdoarás. Compreenderás o ofensor, auxiliando-o a reerguer-se.
Não criticarás. Encontrarás recursos inesperados de ser útil.
Não deblaterarás. Valer-te-ás do tempo para materializar os bons pensamentos que te
dirigem.
Não disputarás inutilmente. Encontrarás o caminho do serviço aos semelhantes em
qualquer parte.
Não viverás simplesmente no combate palavroso contra o mal. Reterás o bem,
semeando-o com todos.
Não condenarás. Descobrirás a luz do amor para fazê-la brilhar em teu coração, até o
sacrifício.
Ora e vigia.
Ama e espera.
Serve e renuncia.
Se não te dispões a aproveitar a lição do Mestre Divino, afeiçoando a própria vida aos
seus ensinamentos, a tua fé terá sido vã.

(Pão Nosso; cap. 180)

terça-feira, 3 de julho de 2012

MÃOS À OBRA

“Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 14, VERSÍCULO 26.)
 A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo lhe escreveu a observação aqui transcrita. O conteúdo da carta apreciava diversos problemas espirituais dos companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a certas situações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do Espiritismo, na revivescência do Evangelho. Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em fenomenologia e revelação. Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de médiuns adestrados. Por quê? Médium algum solucionará, em definitivo, o problema fundamental da iluminação dos companheiros. Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita à freqüência mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o esforço de alguns poucos. Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a todos e que é imprescindível se movimente cada qual no serviço edificante que lhe compete. Ninguém alegue ausência de novidades, quando vultosas concessões da esfera superior aguardam a firme decisão do aprendiz de boa-vontade, no sentido de conhecer a vida e elevar-se. Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da luz, no aperfeiçoamento indispensável.

(Pão Nosso; cap. 1)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

REGOZIJEMO-NOS SEMPRE



Regozijai-vos sempre.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS TESSALONICENSES, capítulo 5, versículo 16.)


O texto evangélico não nos exorta ao júbilo so­mente nos dias em que nos sintamos pessoalmente felizes.
Assevera com simplicidade — regozijai-vos sempre.”
Nada existe no mundo que não possa transfor­mar-se em respeitável motivo de trabalho, alegria e santificação.
E a própria Natureza, cada dia, exibe expressi­vos ensinamentos nesse particular.
Depois da tempestade que arranca raízes, mu­tila árvores, destrói ninhos e enlameia estradas, a sementeira reaparece, o tronco deita vergônteas novas, as aves refazem os lares suspensos e o caminho se coroa de sol.
Somente o homem, herói da inteligência, guarda consigo a carantonha do pessimismo, por tempo indeterminado, qual se fora gênio irado e desiludido, interessado em destruir o que lhe não pertence.
Ausência continuada de esperanças e de ale­gria na alma significa evolução deficitária.
Por toda parte, há convites à edificação e ao aprimoramento, desafiando-nos à ação no engrande­cimento comum.
Ninguém é tão infeliz que não possa produzir alguns pensamentos de bondade, nem tão pobre que não possa distribuir alguns sorrisos e boas palavras com os seus companheiros na luta cotidiana.
Tristeza de todo instante é ferrugem nas engre­nagens da alma. Lamentação contumaz é ociosidade ou resistência destrutiva.
É necessário acordar o coração e atender dignamente à parte que nos compete no drama evolutivo da vida, sem ódio, sem queixa, sem desânimo.
A experiência é o que é.
Nossos companheiros são o que são.
Cada qual de nós recebe o quinhão de luta im­prescindível ao aprendizado que devemos realizar. Ninguém está deserdado de oportunidades, em favor da sua melhoria.
A grande questão é obedecer a Deus, amando-O, e servir ao próximo de boa-vontade. Quem solucio­nou semelhante problema, dentro de si mesmo, sabe que todas as criaturas e situações da senda são men­sagens vivas em que podemos recolher as bênçãos do amor e da sabedoria, se aceitamos a lição que o Senhor nos oferece.
Nesse sentido, pois, não nos esqueçamos de que Paulo, o íntimorato batalhador do Evangelho, sob tormentas de preocupações, encontrou recurso em si mesmo para dizer aos irmãos de luta: — “Regozi­jai-vos sempre.”

(Fonte Viva; cap. 102)

domingo, 1 de julho de 2012

ENXERTIA DIVINA



Se não permanecerem na incredu­lidade, serão enxertados; porque po­deroso é Deus para os tornar a en­xertar.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 11, versículo 23.)


Toda criatura, em verdade, é uma planta espiri­tual, objeto de minucioso cuidado por parte do Divino Semeador.
Cada homem, qual ocorre ao vegetal, apresenta diferenciados períodos na existência.
Sementeira, germinação, adubação, desenvolvi­mento, utilidade, florescência, frutificação, colheita...
Nas vésperas do fruto, desvela-se o pomicultor, com mais carinho, pelo aprimoramento da árvore.
É imprescindível haja fartura e proveito. Na luta espiritual, em identidade de circunstâncias, o Senhor adota iguais normas para conosco.
Atingindo o conhecimento, a razão e a expe­riência, o Pomicultor Celeste nos confere preciosos recursos de enxertia espiritual, com vistas à nossa sublimação para a vida eterna.
A cada novo dia de tua experiência humana, recebes valioso concurso para que os resultados da presente encarnação te enriqueçam de luz divina pela felicidade que transmites aos outros. És, con­tudo, uma “árvore consciente”, com independência para aceitar ou não os elementos renovadores, com liberdade para registrar a bênção ou desprezá-la.
Repara, atentamente, quantas vezes te convoca o Sublime Semeador ao engrandecimento de ti mesmo.
A enxertia do Alto procura-nos através de mil modos.
Hoje, é na palestra edificante de um compa­nheiro.
Amanhã, será num livro amigo.
Depois, virá por intermédio de uma dádiva apa­rentemente insignificante da senda.
Se guardas, pois, o propósito de elevação, apro­veita a contribuição do Céu, iluminando e santifi­cando o templo íntimo. Mas, se a incredulidade por enquanto te isola a mente, enovelando-te as forças no carretel do egoísmo, o enxerto de sublimação te buscará debalde, porque ainda não produzes, nos recessos do espírito, a seiva que favorece a Vida Abundante.

(Fonte Viva; cap. 78)