sábado, 30 de junho de 2012

O PROVEITO DE TODOS


“A manifestação do Espírito é concedida a cada um,
visando um fim proveitoso”.-Paulo.
(Coríntios, 12:7)
Cada individualidade encontra na reencarnação um quadro de valores potenciais de
trabalho, análogos àqueles que a pessoa recebe quando é favorecida por um cargo
determinado.
Assim como o obreiro é indicado para integrar a tabela nominativa de certa repartição,
com atribuições específicas, também nós, quando nos dirigimos para a esfera física,
recolhemos semelhante designação; somos como que nomeados para servir em
determinado setor de atividade e,
conseqüentemente, colocados na equipe de familiares e companheiros que nos
possibilitam a execução da tarefa. Mas, se a obtenção do cargo resulta de concessão ou
de ordem do Plano Superior, o aproveitamento do encargo depende do interessado em
desenvolver ou consolidar os
próprios méritos. À face disso, precisamos considerar que todos nós possuímos o talento
de capacidade para investir na edificação do bem, onde estivermos.
Ninguém está órfão de oportunidade.
Em toda parte há serviço que prestar e o melhor que fazer.
Observa em torno de ti e ouvirás múltiplos chamamentos à obra do progresso geral.
Ninguém está privado do ensejo de auxiliar o próximo, elevar, consolar, instruir, renovar.
Não te detenhas.
O amparo do Senhor é concedido a cada ser humano, visando ao proveito da todos.
Considera a indicação que recebeste para servir, segundo as possibilidades que te
enriquecem o coração e as mãos.
O cargo vem à nossa esfera de ação, por efeito da Providência Divina, mas a valorização
do encargo parte de nós.

(Segue-me; cap. 17)

sexta-feira, 29 de junho de 2012

ALGUÉM DEVE PLANTAR


"Eu plantei, Apolo regou, mas o crescimento veio de Deus".
Paulo (I Corintios, 3:6.)
Nada de personalismo dissolvente na lavoura do Espírito.
Qual ocorre em qualquer campo terrestre, cultivador algum, na gleba da alma, pode
jactar-se de tudo fazer nos domínios da sementeira ou da colheita.
Após o esforço de quem plantam, há quem siga o vegetal nascente, quem o auxilie,
quem o corrija, quem o proteja.
Pensando, porém, no impositivo da descentralização, no serviço espiritual, muitos
companheiros fogem à iniciativa nas construções de ordem moral que nos competem.
Muitos deles, convidados a compromissos edificantes, nesse ou naquele setor de
trabalho, afirmam-se inaptos para a tarefa, como se nunca devêssemos iniciar o
aprendizado do aprimoramento íntimo, enquanto que outros asseveram, quase sempre
com ironia, que não nasceram para líderes. Os que assim procedem costumam relegar
para DEUS comezinhas obrigações no que tange à elevação, progresso, acrisolamento,
ou melhoria, mas as leis do CRIADOR não isentam a criatura do dever de colaborar na
edificação do bem e da verdade, em favor de si mesma.
Vejamos a palavra do Apóstolo Paulo, quando já conhecia os problemas do autoaperfeiçoamento,
em nos referindo à evangelização: "Eu plantei, Apolo regou, mas o
crescimento veio de Deus".
A necessidade do devotamento individual à causa da verdade transparece, clara, de
semelhante conceituação.
Sabemos que a essência de toda atividade, numa lavra agrícola, procede,
originariamente, da Providência Divina.
De DEUS vem a semente, o solo, o clima, a seiva e a orientação para o
desenvolvimento da árvore, como também dimanam de DEUS a inteligência, a saúde, a
coragem e o discernimento do cultivador, mas somos obrigados a reconhecer que alguém
deve plantar.

(Segue-me; cap. 16)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

HEGEMONIA DE JESUS



Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que, antes que Abraão existisse, eu sou.” — (JOÃO, capítulo 8, versículo 58.)


É impossível localizar o Cristo na História, à ma­neira de qualquer personalidade humana.
A divina revelação de que foi Emissário Excelso e o harmonioso conjunto de seus exemplos e ensinos falam mais alto que a mensagem instável dos mais elevados filósofos que visitaram o mundo.
Antes de Abraão, ou precedendo os grandes vultos da sabedoria e do amor na História mundial, o Cristo já era o luminoso centro das realizaçôes humanas. De sua misericórdia partiram os missioná­rios da luz que, lançados ao movimento da evolução terrestre, cumpriram, mais ou menos bem, a tarefa redentora que lhes competia entre as criaturas, an­tecedendo as eternas edificações do Evangelho.
A localização histórica de Jesus recorda a pre­sença pessoal do Senhor da Vinha. O Enviado de Deus, o Tutor Amoroso e Sábio, veio abrir caminhos novos e estabelecer a luta salvadOra para que os homens reconheçam a condição de eternidade que lhes é própria.
Os filósofos e amigos ilustres da Humanidade falaram às criaturas, revelando em si uma luz refratada, como a do satélite que ilumina as noites terrenas; os apelos desses embaixadores dignos e esclarecidos são formosos e edificantes; todavia, nun­ca se furtam à mescla de sombras.
A vinda do Cristo, porém, é diversa. Em sua Presença Divina temos a fonte da verdade positiva, o sol que resplandece.

(Caminho, Verdade, e Vida;  cap. 133)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

SEMPRE ADIANTE



Porque de quem alguém é ven­cido, do tal faz-se também escravo.” - (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 2, versículo 19.)


O Espírito encarnado, a fim de alcançar os altos objetivos da vida, precisa reconhecer sua condição de aprendiz, extraindo o proveito de cada experiência, sem escravizar-se.
O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legitima.
Infelizmente, porém, de maneira geral, a criatura apenas reconhece semelhantes verdades quando se abeira da transformação pela morte do corpo terrestre.
Raras pessoas transitam de uma situação para outra com a dignidade devida. Comumente, se um rico é transferido a lugar de escassez, dá-se a tão extremas lamentações que acaba vencido, como servo miserável da mendicância; se o pobre é conduzido a elevada posição financeira, não raro se transforma em ordenador insensato, escravizando-se à extrava­gância e à tirania.
É imprescindível muito cuidado para que as po­sições transitóriaS não paralisem OS vôos da alma.
Guarda a retidão de consciência e atira-te ao trabalho edificante; então, a teus olhos, toda situação representará oportunidade de atingir o “mais alto” e o “mais além”.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 132)

terça-feira, 26 de junho de 2012

ORIGEM DAS TENTAÇÕES




Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupxacência.” — (TIAGO, capítulo 1, versículo 14.)


Geralmente, ao surgirem grandes males, os par­ticipantes da queda imputam a Deus a causa que lhes determinou o desastre. Lembram-se, tardiamente de que o Pai é Todo-Poderoso e alegam que a tenta­ção somente poderia ter vindo do Divino Desígnio.
Sim, Deus é o Absoluto Amor e tanto é assim que os decaídos se conservam de pé, contando com os eternos valores do tempo, amparados por suas mãos compassivas As tentações, todavia, não pro­cedem da Paternidade Celestial.
Seria, porventura, o estadista humano responsá­vel pelos atos desrespeitosos de quantos inquinam a lei por ele criada?
As referências do Apóstolo estão profundamente tocadas pela luz do céu.
Cada um é tentado, quando atraido pela própria concupiscêncía.”
Examinemos particularmente ambos os substan­tivos “tentação” e “concupiscência”. O primeiro ex­terioriza o segundo, que constitui o fundo viciado e perverso da natureza humana primitivista. Ser tentado é ouvir a malícia própria, é abrigar os inferiores alvi­tres de si mesmo, porqüanto, ainda que o mal venha do exterior, somente se concretiza e persevera se com ele afinamos, na intimidade do coração.
Finalmente, destaquemos o verbo “atrair”. Veri­ficaremos a extensão de nossa inferioridade pela na­tureza das coisas e situações que nos atraem.
A observação de Tiago é roteiro certo para analisarmos a origem das tentações.
Recorda-te de que cada dia tem situações mag­néticas específicas. Considera a essência de tudo o que te atraiu no curso das horas e eliminarás os males próprios, atendendo ao bem que Jesus deseja.

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 129)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

EVANGELHO E TRABALHO

A glorificação do trabalho é serviço evangélico.
Antecedendo a influência do Mestre, a Terra era vasto latifúndio povoado de senhores e
escravos.
O serviço era considerado desonra.
Dominadas pelo princípio da força, as nações guardavam imensa semelhança com as
tabas da comunidade primigênia.
O destaque social resultava da caça.
Erguiam-se os tronos, quase sempre, sobre escuros alicerces de rapinagem.
Os favores da vida pertenciam aos mais argutos e aos mais poderosos.
Qualquer infelicidade econômica redundava em compulsório cativeiro.
Trabalho era sinônimo de aviltação.
Os espíritos mais nobres, na maioria das vezes, demoravam-se na subalternidade
absoluta, suando e gemendo para sustentar o carro purpúreo dos opressores.
Em toda as cidades, pululavam escravos de todos os matizes e somente a eles era
conferido o dever de servir, como austera punição.
Roma imperial jazia repleta de cativos tomados ao Egito e à Grécia, á Gália e ao Ponto.
Só na revolução de Espártaco, no ano de 71, antes da era cristã, foram condenados à
morte trinta mil escravos na Via Ápia, cuja única falta era aspirar ao trabalho digno em
liberdade edificante.
Com Jesus, no entanto, nova época surge para o mundo.
O ministério do Senhor é, sobretudo, de ação e movimento.
Levanta-se o Mestre com o dia e devota-se ao bem dos semelhantes pela noite a dentro.
Médico _ não descansa no auxílio efetivo aos doentes.
Professor _ não se fatiga, repetindo as lições.
Juiz _ exemplifica a imparcialidade e a tolerância.
Benfeitor _ espalha, sem cessar, as bênçãos do amor infinito.
Sábio _ coloca a ciência do bem ao alcance de todos.
Advogado _ defende os interesses dos fracos e dos humildes.
Trabalhador divino _ serve a todos, sem reclamação e sem recompensa.
O exemplo do Cristo é sublime e contagiante.
Cada companheiro de apostolado ausenta-se, mais tarde, do comodismo para ajudar e
ensinar em seu nome, raspando horizontes mais vastos à compreensão da vida, em
regiões distantes do berço que os vira nascer.
Mais tarde, em Roma, o desejo de auxílio mútuo entre os cristãos atinge inconcebíveis
realizações no capítulo do trabalho.
Pessoas convertidas ao Evangelho se consagram, inteiramente, ao serviço como o
objetivo de amparar os companheiros necessitados.
Espalham-se aprendizes da Boa Nova nas atividades da indústria e da agricultura, das
artes e das ciências, da instrução e do comércio, da enfermagem e da limpeza pública,
disputando recursos para o auxílio aos associados de ideal, na servidão ou na indigência,
no sofrimento e nas prisões. Há quem jejue por dois e três dias seguidos, a fim de
economizar dinheiro para os serviços de assistência ao próximo, sob a direção do pastor.
O trabalho passa, então, a ser interpretado por benção divina.
Paulo de Tarso, transferindo-se da dignidade do Sinédrio para o duro labor do tear,
confeccionando tapetes para não ser pesado a ninguém e garantindo, por esse modo, a
sua liberdade de palavra e de ação, é o símbolo do cristão que educa e realiza,
demonstrando que à claridade do ensino deve aliar-se a glória do exemplo.
E, até hoje, honrando no trabalho digno a sua norma fundamental de ação, o Cristianismo
é a força libertadora da Humanidade, nos quadrantes do mundo inteiro.

(Roteiro; cap. 17)

domingo, 24 de junho de 2012

EVANGELHO E CARIDADE

Antes de Jesus, a caridade é desconhecida.
Os monumentos das civilizações antigas não se reportam à divina virtude.
Os destroços do palácio de Nabucodonosor, no solo em que ser erguia a grandeza de
Babilônica, falam simplesmente de fausto e poder que os séculos consumiram.
Nas lembranças do Egito glorioso, as Pirâmides não se referem à compaixão.
Os famosos hipogeus de Persépolis são atestados de orgulho racial.
As muralhas da China traduzem a preocupação de defesa.
Nos velhos santuários da Índia, o Todo-Poderoso é venerado por milhões de fiéis,
indiscutivelmente sinceros, mas deliberadamente afastados dos semelhantes, nascidos
na condição de párias desprezíveis.
A acrópole de Atenas, com as suas colunas respeitáveis, é louvor à inteligência.
O coliseu de Vespasiano, em Roma, é monumento levantado ao triunfo bélico, para as
expansões da alegria popular.
Por milênios numerosos, o homem admitiu a hegemonia dos mais fortes e consagrou-a
através da arte e da cultura que era suscetível de criar e desenvolver.
Com Jesus, porém, a paisagem social experimenta decisivas alterações.
O Mestre não se limita a ensinar o bem. Desce ao convívio com a multidão e materializa-o
com o próprio esforço.
Cura os doentes na via pública, sem cerimoniais, e ajuda a milhares de ouvintes,
amparando-os na solução dos mais complicados problemas de natureza moral, sem
valer-se das etiquetas do culto externo.
Lega aos discípulos a parábola do bem samaritano, que exalta a missão sublime da
caridade para sempre.
A história é simples e expressiva.
Transmite Lucas a palavra do Celeste Orientador, explicando que “descia um homem de
Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores que o despojaram, espancando-o
e deixando-o semimorto. Ocasionalmente, passava pelo mesmo caminho um sacerdote e,
vendo-o, passou de largo. E, de igual modo, também um levita, abordando o mesmo lugar
e observando-o, passou a distância. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou ao pé
dele e, reparando-o, moveu-se de íntima piedade. Abeirando-se do infortunado, aliviou-lhe

as feridas e, colocando-o sobre sua cavalgadura, cuidadosamente asilou-o numa
estalagem”.
Vemos, dentro da narrativa, que o Senhor situa no necessitado simplesmente “um
homem”.
Não lhe identifica a raça, a cor, a posição social ou os pontos de vista.
Nele, enxerga a Humanidade sofredora, carecente de auxílio das criaturas que acendam
a luz da caridade, acima de todos os preconceitos de classe ou de religião.
Desde aí, novo movimento de solidariedade humana surge na Terra.
No curso do tempo, dispersam-se os apóstolos, ensinando, em variadas regiões do
mundo, que “mais vale dar que receber”.
E, inspirados na lição do Senhor, os vanguardeiros do bem substituem os vales da
imundície pelos hospitais confortáveis; combatem vícios multimilenários, com orfanatos e
creches; instalam escolas, onde a cultura jazia confiada aos escravos; criam institutos de
socorro e previdência, onde a sociedade mantinha a mendicância para os mais fracos. E
a caridade, como gênio cristão na Terra, continua crescendo com os séculos, através da
bondade de um Francisco de Assis, da dedicação de um Vicente de Paulo, da
benemerência de um Rockfeller ou da fraternidade do companheiro anônimo da via
pública, salientando, valorosa e sublime, que o Espírito do Cristo prossegue agindo
conosco e por nós.

(Roteiro; cap 16)

sábado, 23 de junho de 2012

QUE BUSCAIS?



E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que bus­cais?” — (JOÃO, capítulo 1, versículo 38.)


A vida em si é conjunto divino de experiências.
Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de va­lores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de ilu­minação definitiva da alma para Deus.
Os homens, contudo, estendem a esse departa­mento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.
Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.
Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.
Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exem­plificou.
A cruz do Calvário é símbolo vivo.
Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.
Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que en­tram: “Que buscais?”

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 22)

sexta-feira, 22 de junho de 2012

CAMINHOS RETOS




E ele lhes disse: Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.” — (JOÃO, capítulo 21, versículo 6.)

A vida deveria constituir, por parte de todos nós, rigorosa observância dos sagrados interesses de Deus.
Freqüentemente, porém, a criatura busca sobre­por-se aos desígnios divinos.
Estabelece-se, então, o desequilíbrio, porque nin­guém enganará a Divina Lei. E o homem sofre, com­pulsoriamente, na tarefa de reparação.
Alguns companheiros desesperam-se no bom combate pela perfeição própria e lançam-se num ver­dadeiro inferno de sombras interiores. Queixam-se do destino, acusam a sabedoria criadora, gesticulam nos abismos da maldade, esquecendo o capricho e a imprevidência que os fizeram cair.
Jesus, no entanto, há quase vinte séculos, ex­clamou:
Lançai a rede para a banda direita do barco e achareis.”
Figuradamente, o espírito humano é um “pes­cador” dos valores evolutivos, na escola regeneradora da Terra. A posição de cada qual é o “barco”. Em cada novo dia, o homem se levanta com a sua “rede” de interesses. Estaremos lançando a nossa “rede” para a “banda direita”?
Fundam-se nossos pensa­mentos e atos sobre a verdadeira justiça?
Convém consultar a vida interior, em esforço diário, porque o Cristo, nesse ensinamento, recomen­dava, de modo geral, aos seus discípulos: “Dedicai vossa atenção aos caminhos retos e achareis o ne­cessário.”

(Caminho, Verdade, e Vida; cap. 21)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

FILHO E CENSOR

“Mas, respondendo ele, disse ao pai: “eis que te sirvo, há tantos anos,
sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste
um cabrito para alegrar-me com meus amigos...” – Jesus
(LUCAS,15:29.)
Na parábola do filho pródigo, não encontramos somente o irmão que volta experiente e
arrependido ao convício do lar.
Nela, surge também o irmão correto, mas egoísta, remoendo censura e reclamação.
Ele observa a alegria paternal, abraçando o irmão recuperado; entretanto, reprova e
confronta. Procede como quem lastima o dever cumprido, age à feição de um homem que
desestima a própria nobreza.
É fiel aos serviços do pai; contudo, critica-lhe os gestos. Trabalha com ele; no entanto,
anseia escravizá–lo aos próprios caprichos.
Atende-lhes aos interesses, vigiando-lhe o pão e a prata.
Guarda lealdade, mergulhando-se na idéia de evidência e de herança.
Se o coração paterno demonstra grandeza de sentimento, explode em ciúme e queixa. Se
perdoa e auxilia, interpõe o merecimento de que se julga detentor, tentando limitar-lhe a
bondade.
Perde-se num misto de crueldade e carinho, sombra e luz.
É justo e injusto, terno e agressivo, companheiro e censor.
Deseja o pai somente para si, a fazenda e o direito, o equilíbrio e a tranqüilidade somente
para si.
No caminho da fé, analisa igualmente a tua atitude.
Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus atos e diretrizes, palavras e pensamentos,
não te encarceres na vaidade de ser bom. Não te esqueças, em circunstância alguma, de
que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com
ele, ajudando aos outros.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 98)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

PAI E AMIGO

“ E levantando-se, foi para seu pai; e quando ainda estava
longe, o pai chegou a vê-lo, moveu-se de íntima compaixão
e, correndo, lançou-se lhe ao pescoço e o beijou.” - Jesus
(LUCAS, 15:20.)
É possível que essa ou aquela falta te sombreie o coração, impelindo-te ao desânimo.
Anseias respirar a fé pura, entregar-te aos misteres do bem, contudo, trazes remorso e
tristeza.
Dissipaste as forças da vida, extraviaste votos santificantes, erraste, caíste na negação,
qual viajor que perdesse a luz..
.Entretanto, recorda a Providência Divina a reerguer-te.
O amor de Deus nunca falta.
Para toda ferida haverá remédio adequado
Para todo desequilíbrio aparecerá o reajuste
Fixa-te no ensinamento do Cristo, enunciando o retorno do filho pródigo.
O reencontro não se deu em casa, com remoques e humilhações para o moço em
desvalimento.
Assinalando-o no caminho de volta " e, quando ainda estava longe, o pai, ao vê-lo,
moveu-se de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
O pai não esperou que o filho se penitenciasse o rojo, não exigiu excusas, não solicitou
justificativas e nem impôs condições de qualquer natureza para estender-se os braços;
apenas aguardou que o filho se levantasse e lhe desejasse o calor do coração.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 97)


terça-feira, 19 de junho de 2012

ACEITA A CORREÇÃO




E, na verdade, toda correção, no presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, pro­duz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Paulo. (HEBREUS, capítulo 12, versículo 11.)


A terra, sob a pressão do arado, rasga-se e dila­cera-se, no entanto, a breve tempo, de suas leiras retificadas brotam flores e frutos deliciosos.
A árvore, em regime de poda, perde vastas re­servas de seiva, desnutrindo-se e afeando-se, toda­via, em semanas rápidas, cobre-se de nova robustez, habilitando-se à beleza e à fartura.
A água humilde abandona o aconchego da fonte, sofre os impositivos do movimento, alcança o grande rio e, depois, partilha a grandeza do mar.
Qual ocorre na esfera simples da Natureza, acontece no reino complexo da alma.
A corrigenda é sempre rude, desagradável, amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiên­cia, conhecimento, compreensão e justiça.
A terra, a árvore e a água suportam-na, através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no Planeta, é livre para recebê-la e am­bientá-la no próprio coração.
O problema da felicidade pessoal, por isso mesmo, nunca será resolvido pela fuga ao processo reparador.
Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.
Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho, e, quando levada aos lábios, não se assemelha a saboroso confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.
Não percas, portanto, a tua preciosa oportuni­dade de aperfeiçoamento.
A dor e o obstáculo, o trabalho e a luta são recursos de sublimação que nos compete aproveitar.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

FAZER LUZ

"Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões".
- Paulo. (Romanos, 14:1).
Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem
sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais
entranhados campos da emoção, portas a dentro dos valores artísticos, sem entender
bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um
coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a
dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar
os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
A Ciência investiga.
A Religião crê.
Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas
necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção
de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento em todos os assuntos que se relacionem à
Fé e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo
charco do fanatismo.
Auxiliemo-nos mutuamente.
Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
Diz o Apóstolo Paulo: "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões". É
que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente
compelido a indagar, examinar, experimentar, e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha
da compreensão e do amor, é forçoso servir. E servir é fazer luz.

(Livro Segue-me)

domingo, 17 de junho de 2012

ESTA NOITE


"Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma;
e o que tens preparado, para quem será?"
- Jesus (Lucas, 12:20)
Não basta ajuntar valores materiais para a garantia da felicidade
A super-cultura consegue atualmente na Terra feitos prodigiosos em todos os ramos da
Natureza física, desde o controle das forças atômicas às realizações da Astronáutica.
No entanto, entre os povos mais adiantados do Planeta avançam duas calamidades
morais do materialismo corrompendo-lhe as forças: o suicídio e a loucura, ou, mais
propriamente, a angústia e a obsessão.
É que o homem não se aprovisiona de reservas espirituais à custa de máquinas.
Para suportar os atritos necessários à evolução e aos conflitos resultantes da luta
regenerativa, precisa alimentar-se com recursos da alma e apoiar-se neles.
Nesse sentido, vale recordar o sensato comentário de Allan Kardec no item 14 do
Capítulo V de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", sob a epígrafe "O Suicídio e a
Loucura":
"A calma e a resignação hauridas da maneira de considerar a vida terrestre e da
confiança no futuro dão ao Espírito uma serenidade que é o melhor preservativo contra a
loucura e o suicídio.
Com efeito, é certo que a maioria dos casos de loucura se deve à comoção produzida
pelas vicissitudes que o homem não tem a coragem de suportar.
Ora, se encarando as coisas deste mundo da maneira por que o Espiritismo faz que ele
as considere, o homem recebe com indiferença, mesmo com alegria, os reveses e as
decepções que o houveram desesperado noutras circunstâncias, evidente se torna que
essa força o coloca acima dos acontecimentos, lhe preserva de abalos a razão, os quais,
se não fora isso, a conturbariam".
Espíritas, amigos!
Atendamos à caridade que suprime a penúria do corpo, mas não menosprezemos o
socorro às necessidades da alma!
Divulguemos a luz da Doutrina Espírita!
Auxiliemos o próximo a discernir e pensar.

(Livro Segue-me)

sábado, 16 de junho de 2012

DÁDIVAS ESPIRITUAIS




E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem ressuscite dentre os mortos.” — (MATEUS, capítulo 17, versículo 9.)


Se o homem necessita de grande prudência nos atos da vida comum, maior vigilância se exige da criatura, no trato com a esfera espiritual.
É o próprio Mestre Divino quem no-lo exempli­fica.
Tendo conduzido Tiago, Pedro e João às mara­vilhosas revelações do Tabor, onde se transfigurou ao olhar dos companheiros, junto de gloriosos emis­sários do plano superior, recomenda solícito: “A nin­guém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.”
O Mestre não determinou a mentira, entretanto, aconselhou se guardasse a verdade para ocasião oportuna.
Cada situação reclama certa cota de conhecimento.
Sabia Jesus que a narrativa prematura da su­blime visão poderia despertar incompreensões e sarcasmos nas conversações vulgares e ociosas.
Não esqueçamos que todos nós estamos mar­chando para Deus, salientando-se, porém, que os caminhos não são os mesmos para todos.
Se guardas contigo preciosa experiência espiri­tual, indubitavelmente poderás usá-la, todos os dias, utilizando-a em doses apropriadas, a fim de auxiliares a cada um dos que te cercam, na posição particulari­zada em que se encontram; mas não barateies o que a esfera mais alta te concedeu, entregando a dádiva às incompreensões criminosas, porque tudo o que se conquista do Céu é realização intransferivel.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 128)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

EVANGELHO E INDIVIDUALIDADE

Efetivamente,as massas acompanhavam o Cristo, de perto, no entanto, não vemos no
Mestre a personificação do agitador comum.
Em todos os climas políticos, as escolas religiosas, aproximando-se da legalidade
humana, de alguma sorte partilham da governança, estabelecendo regras espirituais com
que adquirem poder sobre a multidão.
Jesus, porém, não transforma o espírito coletivo em terreno explorável.
Proclamando as bem-aventuranças à turba no monte, não a induz para a violência, a fim
de assaltar o celeiro dos outros. Multiplica, Ele mesmo, o pão que a reconforte e alimente.
Não convida o povo a reivindicações.
Aconselha respeito aos patrimônios da direção política, na sábia fórmula com que
recomendava seja dado “a César o que é de César”.
Muitos estudiosos do Cristianismo pretendem identificar no Mestre Divino a personalidade
do revolucionário, instigando os seus contemporâneos à rebeldia e à discórdia; entretanto,
em nenhuma passagem do seu ministério encontramos qualquer testemunho de
indisciplina ou desespero, diante da ordem constituída.
Socorreu a turba sofredora e consolou-a; não se mostrou interessado em libertar a
comunidade das criaturas, cuja evolução, até hoje, ainda exige lutas acerbas e provações
incessantes, mas ajudou o Homem a libertar-se.
Ao apóstolo exclama _ “vem e segue-me.”
Á pecadora exorta _ “vai e não peques mais”.
Ao paralítico fala, bondoso _ “ergue-te e anda”.
Á mulher sirofenícia diz, convincente _ “a tua fé te curou”.
Por toda parte, vemo-lo interessado em levantar o espírito, buscando erigir o templo da
responsabilidade em cada consciência e o altar dos serviços aos semelhantes em cada
coração.
Demonstrando as preocupações que o tomavam, perante a renovação do mundo
individual, não se contentou em sentar-se no trono diretivo, em que os generais e os
legisladores costumam ditar determinações... Desceu, Ele próprio, ao seio do povo e
entendeu-se pessoalmente com os velhos e os enfermos, com as mulheres e as crianças.
Entreteve-se em dilatadas conversações com as criaturas transviadas e
reconhecidamente infelizes.
Usa a bondade fraternal para com Madalena, a obsidiada, quanto emprega a gentileza no
trato com Zaqueu, o rico.
Reconhecendo que a tirania e a dor deveriam permanecer, ainda, por largo tempo, na
Terra, na condição de males necessários à retificação das inteligências, o Benfeitor
Celeste foi, acima de tudo, o orientador da transformação individual, o único movimento
de liberação do espírito, com bases no esforço próprio e na renúncia ao próprio “eu”.
Para isso, lutou, amou, serviu e sofreu até à cruz, confirmando, com o próprio sacrifício, a
sua Doutrina de revolução interior, quando disse: “e aquele que deseja fazer-se o maior
no Reino do Céu, seja no mundo o servidor do todos.”

(Roteiro; cap. 15)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

NO SUSTENTO DA PAZ

"Vivei em Paz uns com os outros".
-Paulo (I Tessalonicenses, 5:13.)
Costumamos referir-nos à guerra, qual se ela fosse um fenômeno de teratologia política,
exclusivamente atribuível aos desmandos de ditadores cruéis, quando todos somos
intimados pela vida ao sustento da Paz.
Todos agimos uns sobre os outros e, ainda que a nossa influência pessoal se nos figure
insignificante, ela não é menos viva na preservação da harmonia geral.
A floresta é um espetáculo imponente da natureza, mas não se agigantou sem o concurso
de sementes pequeninas.
Nossa deficiência de análise, quanto à contribuição individual no equilíbrio comum, nasce,
via de regra, da aflição doentia com que aguardamos ansiosamente os resultados de
nossas ações, sequiosos de destaque pessoal no imediatismo da Terra; isso faz com que
procedamos, à maneira de alguém que se decidisse a levantar uma casa com total
menosprezo pelas pedras, tijolos, parafusos e vigas, aparentemente sem importância,
quando isoladamente considerados, mas indispensáveis à construção.
Habituamo-nos, freqüentemente, a maldizer o irmão que se fez delinqüente, com absoluta
descaridade para com a debilitação de caráter a que chegou, depois de longo processo
obsessivo que lhe corroeu a resistência moral, quase sempre após fugirmos da
providência fraterna ou da simples conversação esclarecedora, capazes de induzí-lo à
vitória sobre as tentações que o levaram à falta consumada.
Lideramos reclamações contra o estridor de buzinas na via pública e não nos pejamos
das maneiras violentas com que abalamos os nervos de quem nos ouve.
Todos somos chamados à edificação da Paz que, aliás, prescinde de qualquer impulso
vinculado às atividades de guerra e que, paradoxalmente, depende de nossa luta por
melhorar-nos e educar-nos, de vez que Paz não é inércia e sim esforço, devotamento,
trabalho e vigilância incessantes a serviço do bem. Nenhum de nós está dispensado de
auxiliar-lhe a defesa e a sustentação, porquanto, muitas vezes, a tranqüilidade coletiva jaz
suspensa de um minuto de tolerância, de um gesto, de uma frase, de um olhar...
Não te digas, pois, inabilitado a contribuir na Paz do mundo. Se não admites o poder e o
valor dos recursos chamados menores no engrandecimento da vida, faze um palácio
diante de vigorosa central elétrica e procura dotá-lo de luz e força sem a tomada.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 45)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

AÇÃO

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes,
inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão.”
PAULO (Coríntios, 15:58.)
Nas lutas do dia-a-dia, todos somos impelidos a várias operações para avançar no
caminho...
Sentimos.
Desejamos.
Falamos.
Estudamos.
Aprendemos.
Conhecemos.
Ensinamos.
Analisamos.
Trabalhamos.
Entretanto, é preciso sentir a necessidade do bem de todos para que saibamos desejar
com acerto; Desejar com acerto para pensar honestamente; pensar honestamente para
falar aproveitando; falar aproveitando para estudar com clareza; estudar com clareza para aprender com entendimento; aprender com entendimento para conhecer discernindo;  conhecer  discernindo para ensinar com bondade; ensinar com bondade para analisar com justiça e analisar com justiça para trabalhar em louvor do bem, porque, em verdade, todos  somos diariamente constrangidos à ação e pelo que fazemos é que cada um de nós decide quanto ao próprio destino, criando para si mesmo a inquietante descida à treva ou a sublime ascensão à luz.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 44)

terça-feira, 12 de junho de 2012

EDUCA




Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” Paulo. (1ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, capítulo 3, versículo 16.)


Na semente minúscula reside o germe do tron­co benfeitor.
No coração da terra, há melodias da fonte.
No bloco de pedra, há obras-primas de esta­tuária.
Entretanto, o pomar reclama esforço ativo. A corrente cristalina pede aquedutos para trans­portar-se incontaminada.
A jóia de escultura pede milagres do buril. Também o Espírito traz consigo o gene da Divindade.
Deus está em nós, quanto estamos em Deus.
Mas, para que a luz divina se destaque da treva humana, é necessário que os processos educativos da vida nos trabalhem no empedrado caminho dos milênios.
Somente o coração enobrecido no grande en­tendimento pode vazar o heroismo santificante.
Apenas o cérebro cultivado pode produzir ilu­minadas formas de pensamento.
Só a grandeza espiritual consegue gerar a pa­lavra equilibrada, o verbo sublime e a voz balsami­zante.
Interpretemos a dor e o trabalho por artistas celestes de nosso acrisolamento.
Educa e transformarás a irracionalidade em inte­ligência, a inteligência em humanidade e a humani­dade em angelitude.
Educa e edificarás o paraíso na Terra. Se sabemos que o Senhor habita em nós, aperfeiçoemos a nossa vida, a fim de manifestá-lo.

(Fonte Viva; cap. 30)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

CONSULTAS


E na lei nos mandou Moisés que tais mulheres sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?” — (JOÃO, capítulo 8, versículo 5.)

Várias vezes o espírito de má fé cercou o Mestre, com interrogações, aguardando determinadas res­postas pelas quais o ridicularizasse. A palavra dEle, porém, era sempre firme, incontestável, cheia de sa­bor divino.
Referimo-nos ao fato para considerar que se­melhantes anotações convidam o discípulo a consul­tar sempre a sabedoria, o gesto e o exemplo do Mestre.
Os ensinamentos e atos de Jesus constituem lições espontâneas para todas as questões da vida.
O homem costuma gastar grandes patrimônios financeiros nos inquéritos da inteligência. O parecer dos profissionais do direito custa, por vezes, o preço de angustioso sacrifício.
Jesus, porém, fornece opiniões decisivas e pro­fundas, gratuitamente. Basta que a alma procure a oração, o equilíbrio e a quietude. O Mestre falar-lhe-á na Boa Nova da Redenção.
Freqüentemente, surgem casos inesperados, pro­blemas de solução difícil. Não ignora o homem o que os costumes e as tradições mandam resolver, de certo modo; no entanto, é indispensável que o apren­diz do Evangelho pergunte, no santuário do coração:
Tu, porém, Mestre, que me dizes a isto?
E a resposta não se fará esperar como divina luz no grande silêncio.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 43)

domingo, 10 de junho de 2012

GLÓRIA AO BEM




Glória, porém, e honra e paz a qualquer que obra o bem.” — Paulo (ROMANOS, capítulo 2, versículo 10.)


A malícia costuma conduzir o homem a falsas apreciações do bem, quando não parta da confissão religiosa a que se dedica, do ambiente de trabalho que lhe é próprio, da comunidade familiar em que se integra.
O egoísmo fá-lo crer que o bem completo só poderia nascer de suas mãos ou dos seus. Esse é dos característicos mais inferiores da personalidade.
O bem flui incessantemente de Deus e Deus é o Pai de todos os homens. E é através do homem bom que o Altíssimo trabalha contra o sectarismo que lhe transformou os filhos terrestres em combatentes contumazes, de ações estéreis e sanguinolentas.
Por mais que as lições espontâneas do Céu convoquem as criaturas ao reconhecimento dessa verdade, continuam os homens em atitudes de ofensiva, ameaça e destruição, uns para com os outros.
O Pai, no entanto, consagrará o bem, onde quer que o bem esteja.
É indispensável não atentarmos para os indiví­duos, mas, sim, observar e compreender o bem que o Supremo Senhor nos envia por intermédio deles. Que importa o aspecto exterior desse ou daquele homem? que interessam a sua nacionalidade, o seu nome, a sua cor? Anotemos a mensagem de que são portadores. Se permanecem consagrados ao mal, são dignos do bem que lhes possamos fazer, mas se são bons e sinceros, no setor de serviço em que se encontram, merecem a paz e a honra de Deus.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 42)

sábado, 9 de junho de 2012

A REGRA ÁUREA




Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 22, versículo 39.)


Incontestavelmente, muitos séculos antes da vin­da do Cristo já era ensinada no mundo a Regra Áurea, trazida por embaixadores de sua sabedoria e misericórdia. Importa esclarecer, todavia, que se­melhante princípio era transmitido com maior ou me­nor exemplificação de seus expositores.
Diziam os gregos: “Não façais ao próximo o que não desejais receber dele.”
Afirmavam os persas: “Fazei como quereis que se vos faça.”
Declaravam os chineses: “O que não desejais para vós, não façais a outrem.”
Recomendavam os egípcios: “Deixai passar aque­le que fez aos outros o que desejava para si.”
Doutrinavam os hebreus: “O que não quiserdes para vós, não desejeis para o próximo.”
Insistiam os romanos: “A lei gravada nos cora­ções humanos é amar os membros da sociedade como a si mesmo.”
Na antigüidade, todos os povos receberam a lei de ouro da magnanimidade do Cristo.
Profetas, admi­nistradores, juizes e filósofos, porém, procederam como instrumentos mais ou menos identificados com a inspiração dos planos mais altos da vida. Suas figuras apagaram-se no recinto dos templos iniciáti­cos ou confundiram-se na tela do tempo em vista de seus testemunhos fragmentários.
Com o Mestre, todavia, a Regra Áurea é a no­vidade divina, porque Jesus a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de tra­balho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da Humanidade in­teira.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 41)

sexta-feira, 8 de junho de 2012

PAZ EM CASA


...e em qualquer casa onde entrardes,dizei antes:
“paz seja nesta casa” – Jesus (Lucas 10:5)
Compras na terra o pão e a vestimenta, o calçado e o remédio, menos a paz.
Dar-te-á o dinheiro residência e conforto, com exceção da tranqüilidade de espírito.
Eis porque nos recomenda Jesus venhamos a dizer, antes de tudo, ao entramos numa
casa: "paz seja nesta casa".
A lição exprime vigoroso apelo à tolerância e ao entendimento.
No limiar do ninho doméstico, unge-te de compreensão e de paciência, a fim de que não
penetres o clima dos teus, à feição de inimigo familiar.
Se alguém está fora do caminho desejável ou se te desgostam arranjos caseiros, mobiliza
a bondade e a cooperação para que o mal se reduza.
Se problemas te preocupam ou apontamentos te humilham, cala os próprios
aborrecimentos, limitando as inquietações.
Recebe a refeição por bênção divina.
Usa portas e janelas, sem estrondos brutais.
Não movas objetos, de arranco.
Foge à gritaria inconveniente.
Atende ao culto da gentileza.
Há quem diga que o lar é ponto do desabafo, o lugar em que a pessoa se desoprime.
Reconhecemos que sim; entretanto, isso não é razão para que ele se torne em praça
onde a criatura se animalize.
Pacifiquemos nossa área individual para que a área dos outros se pacifique.
Todos anelamos a paz do mundo; no entanto, é imperioso não esquecer que a paz do
mundo parte de nós.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 108)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

ADORAÇÃO E FRATERNIDADE

“Ora, temos da parte dele este mandamento, que aquele
que ama a Deus, ame também a seu irmão.”
– João. ( I JOÃO, 4:21.)
Construirás santuários primorosos no culto ao Senhor da Vida...
Pronunciarás orações sublimes, exaltando-Lhe a glória excelsa...
Tecerás com cintilações divinas a palavra comovente e bela com que Lhe definirás a
grandeza...
Combinarás com mestria os textos da Escritura Divina para provar-Lhe a existência...
Exibirás dons mediúnicos dos mais excelentes de modo a falares d¢Ele, com eficiência e
segurança, às criaturas irmãs...
Escreverás livros admiráveis, comentando-Lhe a sabedoria...
Comporás poemas preciosos, tentando ornamentar-Lhe a magnificência...
Clamarás por Ele, em súplicas ardentes, revelando confiança e fidelidade...
Adora-Lo-ás com a tua prece, com a tua arte, com o teu carinho e com a tua inteligência...
Contudo, se não amas a teu irmão, por amor a Ele, Pai Amoroso e Justo, de que te vale o
culto filial, estéril e egoísta?
Um simples pai de família, no campo da Humanidade imperfeita, alegra-se e dilata-se nos
filhos que, em lhe compreendendo a dedicação, se empenham no engrandecimento da
própria casa, através do amparo constante aos irmãos menos felizes.
Incontestavelmente, a lealdade de tua fé representa o perfume de alegria nas tuas
relações com o Eterno Senhor, mas não olvides que o teu incessante serviço, na
plantação e extensão do bem, é a única maneira pela qual podes realmente servi- Lo.
Seja qual for a igreja em que externas a tua reverência à Majestade Divina, guarda, pois,
a oração por lâmpada acesa em tua luta de cada dia, mas não te esqueças de que
somente amparando os nossos irmãos inexperientes e frágeis, caídos e desditosos, é
que, de fato, honraremos a Bênção de Nosso Pai.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 23)

quarta-feira, 6 de junho de 2012

ESTEJAMOS CONTENTES




Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes.” — Paulo. (1ª EPÍSTOLA A TIMÓTEO, capítulo 6, versículo 8.)


O monopolizador de trigo não poderá abastecer­-se à mesa senão de algumas fatias de pão, para saciar as exigências da sua fome.
O proprietário da fábrica de tecidos não des­penderá senão alguns metros de pano para a con­fecção de um costume, destinado ao próprio uso.
Ninguém deve alimentar-se ou vestir-se pelos padrões da gula e da vaidade, mas sim de confor­midade com os princípios que regem a vida em seus fundamentos naturais.
Por que esperas o banquete, a fim de oferece­res algumas migalhas ao companheiro que passa faminto?
Por que reclamas um tesouro de moedas na retaguarda, para seres útil ao necessitado?
A caridade não depende da bolsa. É fonte nas­cida no coração.
É sempre respeitável o desejo de algo possuir no mealheiro para socorro do próximo ou de si mes­mo, nos dias de borrasca e insegurança, entretanto, é deplorável a subordinação da prática do bem ao cofre recheado.
Descerra, antes de tudo, as portas da tua alma e deixa que o teu sentimento fulgure para todos, à maneira de um astro cujos raios iluminem, balsami­zem, alimentem e aqueçam...
A chuva, derramando-se em gotas, fertiliza o solo e sustenta bilhões de vidas.
Dividamos o pouco, e a insignificância da boa-vontade, amparada pelo amor, se converterá com o tempo em prosperidade comum.
Algumas sementes, atendidas com carinho, no curso dos anos, podem dominar glebas imensas.
Estejamos alegres e auxiliemos a todos os que nos partilhem a marcha, porque, segundo a sábia palavra do apóstolo, se possuimos a graça de contar com o pão e com o agasalho para cada dia, cabe-nos a obrigação de viver e servir em paz e contenta­mento.

(Fonte Viva; cap. 9)

terça-feira, 5 de junho de 2012

ÍDOLOS


Que vos abstenhais das coisas sacrificadas aos Ídolos.” — (ATOs, capítulo 15, versículo 29.)


Os ambientes religiosos não perceberam ainda toda a extensão do conceito de idolatria.
Quando nos referimos a ídolos, tudo parece indi­car exclusivamente as imagens materializadas nos altares de pedra. Essa é, porém, a face mais singela do problema.
Necessitam os homens exterminar, antes de tudo, outros ídolos mais perigosos, que lhes perturbam a visão e o sentimento.
Demora-se a alma, muitas vezes, em adoração mentirosa.
Refere-se o versículo às “coisas sacrificadas aos ídolos”, e o homem está rodeado de coisas da vida. Movimentando-as, a criatura enriquece o patrimônio evolutivo. Ë necessário, no entanto, diferenciar as que se encontram consagradas a Deus das sacrifica­das aos ídolos.
A ambição de alcançar os valores espirituais, de acordo com Jesus, chama-se virtude; o propósito de atingir vantagens transitórias no campo carnal, no plano da inquietação injusta, chama-se insensatez.
Os “primeiros lugares”, que o Mestre nos reco­mendou evitemos, representam Ídolos igualmente. Não consagrar, portanto, as coisas da vida e da alma ao culto do imediatismo terrestre, é escapar de grosseira posição adorativa.
Quando te encontres, pois, preocupado com os insucessos e desgostos, no círculo individual, não olvides que o Cristo, aceitando a cruz, ensinou-nos o recurso de eliminar a idolatria mantida em nosso caminho por nós mesmos.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 126)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

NA MEDIUNIDADE


"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro,
para que a excelência do poder seja de DEUS e não de nós”.
- PAULO (II CORÍNTIOS, 4:7.)
Utilizando as faculdades mediúnicas de que foste dotado, não olvides que funcionas à
guisa de refletor, cujo material de estrutura nada tem de comum com a luz que retrata.
O espelho, seja de metal ou de vidro, detém os raios solares, sem comungar-lhes a
natureza, e o fio simples transmite o remoinho eletrônico, sem partilhar-lhe o poder.
Entretanto, se o espelho jaz limpo consegue reter a benção da claridade e se o fio
obedece à inteligência que o norteia converte-se em portador da energia.
Assim também a mediunidade, pela qual, sem maior obstáculo, te eriges em mensageiro
de instrução e refazimento, esperança e consolo. Através dela, recolhes o influxo da
Esfera Superior sem compartilhar-lhe a grandeza, mas se guardas contigo humildade e
correção, converter-te-ás no instrumento ao socorro moral de muitos.
Todavia, assim como, às vezes, o espelho se turva e o fio se rompe, exigindo
reajustamentos, também a força mediúnica em tua alma é suscetível de rupturas diversas,
reclamando trabalho restaurativo.
Não te afaças, assim, ao desânimo ou à negação se essa ou aquela dificuldade aparece
na obra do intercâmbio.
O erro, no clima da sinceridade, é sempre lição.
Afervora-te no trabalho do bem e recolhe-te à humildade do aprendiz atencioso e
vigilante, gastando severidade contigo e benevolência para com os outros, porque
qualquer dom da Luz Divina na obscuridade do ser humano, qual se expressa na
conceituação apostólica, é um “tesouro em vaso de barro, para que a excelência do poder
seja de deus e não de nós”.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 43)

domingo, 3 de junho de 2012

NO SERVIÇO MEDIÚNICO


“Há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo” – Paulo.
(I CORÍNTIOS, 12:4)
Examinando os dons espirituais ou, mais propriamente, as faculdades mediúnicas, entre
os aprendizes do evangelho, o apóstolo Paulo afirma categórico no capítulo doze de sua
primeira Epístola aos Coríntios:
- “Há diversidade de dons, mas o espírito é o mesmo, há diversidade de ministérios,
mas o senhor é o mesmo e há diversidade de operações, mas é o mesmo deus que opera
tudo em todos.
A manifestação do Espírito, porém, é concedida a cada um para o que for útil, pois
que a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito, a
palavra da Ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé, e a outro, pelo mesmo Espírito, os
dons de curar; a outro, a operação de fenômenos e a outro a profecia; a outro, o dom de
discernir os Espíritos e a outro a variedade de línguas, e, ainda a outro, a interpretação
das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como lhe apraz.”
Parece incrível que explicações tão claras ao redor da mediunidade tenham vindo à
luz há dezenove séculos, traçando diretrizes e especificando deveres, pela mão firme
daquele que se constitui em amigo fiel da gentilidade.
Qual disse outrora Paulo, relembremos hoje que a mediunidade é cedida a cada um
para o que for útil.
É por isso que, nos quadros da ação espírita, temos instrumentos mediúnicos para o
esclarecimento, para a informação, para o reconforto, para a convicção, para o fenômeno,
para o socorro aos enfermos, para as manifestações idiomáticas, para a interpretação e
para o discernimento, tanto quanto para numerosas outras peculiaridades de serviço;
entretanto, nós todos, tarefeiros encarnados e desencarnados que procuramos a nossa
regeneração do Evangelho, devemos saber que o Bem de Todos é a luz do Espírito
Glorioso de Jesus Cristo que precisamos refletir, nesse ou naquele setor do trabalho.
Abstenhamo-nos, assim do contato com as forças que operam a perturbação e a
desordem, visíveis ou invisíveis, na certeza de que daremos conta dos dotes mediúnicos
com que fomos temporariamente felicitados, porque o espírito do senhor, por seus
mensageiros, nos aquinhoa com esse ou aquele empréstimo de energias medianímicas, a
título precário, para a nossa própria edificação e segundo as nossas necessidades.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 42)

sábado, 2 de junho de 2012

CERTAMENTE




Certamente cedo venho.” — (APOCALIPSE, capítlo 22, versículo 20.)


Quase sempre, enquanto a criatura humana res­pira na carne jovem, a atitude que lhe caracteriza o coração para com a vida é a de uma criança que desconhece o valor do tempo.
Dias e noites são curtos para a internação em alegrias e aventuras fantasiosas. Engodos mil da ilusão efêmera lhe obscurecem o olhar e as horas se esvaem num turbilhão de anseios inúteis.
Raras pessoas escapam de semelhante perda. Geralmente, contudo, quando a maturidade apa­rece e a alma já possui relativo grau de educação, o homem reajusta, apressado, a conceituação do dia.
A semana é reduzida para o que lhe cabe fazer.
Compreende que os mesmos serviços, na posi­ção em que se encontra, se repetem a determinados meses do ano, perfeitamente recapitulados, qual ocorre às estações de frio e calor, floração e frutes­cência para a Natureza.
Agita-se, inquieta-se, desdobra-se, no afã de multiplicar as suas forças para enriquecer os minu­tos ou ampliá-los, favorecendo as próprias energias.
E, comumente, ao termo da romagem, a morte do corpo surpreende-o nos ângulos da expectativa ou do entretenimento, sem que lhe seja dado recupe­rar os anos perdidos.
Não te embrenhes, assim, na selva humana, despreocupado de tua habilitação à luz espiritual, ante o caminho eterno.
No penúltimo versículo do Novo Testamento, que é a Carta do Amor Divino para a Humanidade, determinou o Senhor fosse gravada pelo apóstolo a sua promessa solene:
Certamente, cedo venho.”
Vale-te, pois, do tempo e não te faças tardio na preparação.

(Fonte Viva; cap. 10)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

OBEDEÇAMOS


Escrevi-te confiando na tua obediência,
sabendo que ainda farás mais do que te digo".
– Paulo (Filemon, 1:21)
Escrevendo ao companheiro, Paulo não afirma confiar na inteligência que pode
envaidecer-se e desgovernar-se.
Nem na força que induz à mentira.
Nem no entusiasmo suscetível de enganar a si próprio.
Nem no desassombro que, muita vez, é simples temeridade.
Nem no poder capaz de iludir-se.
Nem na superioridade que costuma desmandar-se no orgulho.
O apóstolo confia na obediência.
Não na passividade-cegueira que alimenta a discórdia e o fanatismo, mas na
compreensão que se subordina ao trabalho por devotamento ao bem de todos,
enxergando na felicidade alheia a felicidade que lhe é própria.
Para que atinjas a comunhão com o Senhor não é necessário te consagres ao incenso da
adoração, admirando-o ou defendendo-o.
Obedece-lhe. Seguindo-lhe as recomendações aperfeiçoarás a ti mesmo pela cultura e
pelo sentimento e terás contigo o amor e a lealdade, a harmonia e o discernimento, a
energia e a brandura que garantem a eficiência do serviço a que foste chamado.
Saibamos, pois, - obedecer ao Senhor em nosso mundo íntimo e aprenderemos a fazer
mais pela vida do que a vida espera de nós.

(Livro: Segue-me pag. 50)