quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Interpretação dos Textos Sagrados

                                                           
           


Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” — (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 1, versículo 20.)

Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Sua luz im­perecível brilha sobre os milênios terrestres, como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte séculos.
Lutas sanguinárias, guerras de extermínio, calamida­des sociais não lhe modificaram um til nas palavras que se atualizam, cada vez mais, com a evolução multiforme da Terra. Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que avivar-lhes a grandeza. Entretanto, sempre tardios no aproveitamento das oportunidades preciosas, muitas vezes, no curso das existências renovadas, temos desprezado o Caminho, indiferentes ante os patrimônios da Verdade e da Vida.
O Senhor, contudo, nunca nos deixou desamparadoS.
Cada dia, reforma os títulos de tolerância para com as nossas dívidas; todavia, é de nosso próprio interesse levantar o padrão da vontade, estabelecer disciplinas para uso pessoal e reeducar a nós mesmos, ao contacto do Mes­tre Divino. Ele é o Amigo Generoso, mas tantas vezes lhe olvidamos o conselho que somos suscetíveis de atingir obscuras zonas de adiamento indefinível de nossa ilumi­nação interior para a vida eterna.
No propósito de valorizar o ensejo de serviço, orga­nizamos este humilde trabalho interpretativo (1), sem qualquer pretensão a exegese.
Concatenamos apenas modesto conjunto de páginas soltas destinadas a meditações comuns.
Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez a atitude, iso­lando versículos e conferindo-lhes cor independente do capítulo evangélico a que pertencem. Em certas passa­gens, extraimos daí somente frases pequeninas, propor­cionando-lhes fisionomia especial e, em determinadas cir­cunstâncias, as nossas considerações desvaliosas parecem contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.
Assim procedemos, porém, ponderando que, num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no imen­so conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada situação do Espírito, nas estradas da vida. A lição do Mestre, além disso, não constitui tão-somente um impositivo para os misteres da adoração. O Evangelho não se reduz a breviário para o genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e administração, para o serviço e para a obediência. O Cristo não estabelece li­nhas divisórias entre o templo e a oficina. Toda a Terra é seu altar de oração e seu campo de trabalho, ao mesmo tempo. Por louvá-lo nas igrejas e menoscabá-lo nas ruas é que temos naufragado mil vezes, por nossa própria culpa. Todos os lugares, portanto, podem ser consagrados ao ser­viço divino.

(1) Algumas destas páginas, já publicadas na imprensa es­piritista cristã, foram por nós revistas e simplificadas para maior clareza de interpretação. — Nota de Emmanuel.

Muitos discípulos, nas várias escolas cristãs, entrega­ram-se a perquirições teológicas, transformando os ensi­nos do Senhor em relíquia morta dos altares de pedra; no entanto, espera o Cristo venhamos todos a converter-lhe o evangelho de Amor e Sabedoria em companheiro da prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte inspiradora de nossas mais humildes ações no tra­balho comum e em código de boas maneiras no inter­câmbio fraternal.
Embora esclareça nossos singelos objetivos, noto, an­tecipadamente, ampla perplexidade nesse ou naquele grupo de crentes.
Que fazer? Temos imensas distâncias a vencer no Caminho, para adquirir a Verdade e a Vida na signifi­cação integral.
Compreendemos o respeito devido ao Cristo, mas, pela própria exemplificação do Mestre, sabemos que o labor do aprendiz fiel constitui-se de adoração e trabalho, de ora­ção e esforço próprio.
Quanto ao mais, consola-nos reconhecer que os Tex­tos Sagrados são dádivas do Pai a todos os seus filhos e, por isso mesmo, aqui nos reportamos às palavras sá­bias de Simão Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular inter pre­tação.”

EMMANUEL

Livro: Caminho Verdade e Vida

Nenhum comentário:

Postar um comentário