“Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação.” — (2ª EPÍSTOLA A PEDRO, capítulo 1, versículo 20.)
Jesus é o Caminho, a Verdade e a
Vida. Sua luz imperecível brilha sobre os milênios terrestres,
como o Verbo do princípio, penetrando o mundo, há quase vinte
séculos.
Lutas sanguinárias, guerras de
extermínio, calamidades sociais não lhe modificaram um til nas
palavras que se atualizam, cada vez mais, com a evolução multiforme
da Terra. Tempestades de sangue e lágrimas nada mais fizeram que
avivar-lhes a grandeza. Entretanto, sempre tardios no aproveitamento
das oportunidades preciosas, muitas vezes, no curso das existências
renovadas, temos desprezado o Caminho, indiferentes ante os
patrimônios da Verdade e da Vida.
O Senhor, contudo, nunca nos deixou
desamparadoS.
Cada dia, reforma os títulos de
tolerância para com as nossas dívidas; todavia, é de nosso próprio
interesse levantar o padrão da vontade, estabelecer disciplinas para
uso pessoal e reeducar a nós mesmos, ao contacto do Mestre
Divino. Ele é o Amigo Generoso, mas tantas vezes lhe olvidamos o
conselho que somos suscetíveis de atingir obscuras zonas de
adiamento indefinível de nossa iluminação interior para a
vida eterna.
No propósito de valorizar o ensejo de
serviço, organizamos este humilde trabalho interpretativo (1),
sem qualquer pretensão a exegese.
Concatenamos apenas modesto conjunto
de páginas soltas destinadas a meditações comuns.
Muitos amigos estranhar-nos-ão talvez
a atitude, isolando versículos e conferindo-lhes cor
independente do capítulo evangélico a que pertencem. Em certas
passagens, extraimos daí somente frases pequeninas,
proporcionando-lhes fisionomia especial e, em determinadas
circunstâncias, as nossas considerações desvaliosas parecem
contrariar as disposições do capítulo em que se inspiram.
Assim procedemos, porém, ponderando
que, num colar de pérolas, cada qual tem valor específico e que, no
imenso conjunto de ensinamentos da Boa Nova, cada conceito do
Cristo ou de seus colaboradores diretos adapta-se a determinada
situação do Espírito, nas estradas da vida. A lição do Mestre,
além disso, não constitui tão-somente um impositivo para os
misteres da adoração. O Evangelho não se reduz a breviário para o
genuflexório. É roteiro imprescindível para a legislação e
administração, para o serviço e para a obediência. O Cristo não
estabelece linhas divisórias entre o templo e a oficina. Toda a
Terra é seu altar de oração e seu campo de trabalho, ao mesmo
tempo. Por louvá-lo nas igrejas e menoscabá-lo nas ruas é que
temos naufragado mil vezes, por nossa própria culpa. Todos os
lugares, portanto, podem ser consagrados ao serviço divino.
(1) Algumas destas
páginas, já publicadas na imprensa espiritista cristã, foram
por nós revistas e simplificadas para maior clareza de
interpretação. — Nota de Emmanuel.
Muitos discípulos, nas várias
escolas cristãs, entregaram-se a perquirições teológicas,
transformando os ensinos do Senhor em relíquia morta dos
altares de pedra; no entanto, espera o Cristo venhamos todos a
converter-lhe o evangelho de Amor e Sabedoria em companheiro da
prece, em livro escolar no aprendizado de cada dia, em fonte
inspiradora de nossas mais humildes ações no trabalho comum e
em código de boas maneiras no intercâmbio fraternal.
Embora esclareça nossos singelos
objetivos, noto, antecipadamente, ampla perplexidade nesse ou
naquele grupo de crentes.
Que fazer? Temos imensas distâncias a
vencer no Caminho, para adquirir a Verdade e a Vida na significação
integral.
Compreendemos o respeito devido ao
Cristo, mas, pela própria exemplificação do Mestre, sabemos que o
labor do aprendiz fiel constitui-se de adoração e trabalho, de
oração e esforço próprio.
Quanto ao mais, consola-nos reconhecer
que os Textos Sagrados são dádivas do Pai a todos os seus
filhos e, por isso mesmo, aqui nos reportamos às palavras sábias
de Simão Pedro: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia
da Escritura é de particular inter pretação.”
EMMANUEL
Livro: Caminho Verdade e Vida
Livro: Caminho Verdade e Vida
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