sábado, 31 de março de 2012

ERGUER E AJUDAR




E ele, dando-lhe a mão, a levan­tou...” - (ATOS. Capítulo 9, versículo 41.)


Muito significativa a lição dos Atos, quando Pedro restaura a irmã Dorcas para a vida.
Não se contenta o apóstolo em pronunciar pa­lavras lindas aos seus ouvidos, renovando-lhe as forças gerais.
Dá-lhe as mãos para que se levante.
O ensinamento é dos mais simbólicos.
Observamos muitos companheiros a se reergue­rem para o conhecimento, para a alegria e para a virtude, banhados pela divina claridade do Mestre, e que podem levantar milhares de criaturas para a Esfera Superior.
Para isso, porém, não bastará a predicação pura e simples.
O sermão é, realmente, um apelo sublime, do qual não prescindiu o próprio Cristo, mas não pode­mos esquecer que o Celeste Amigo, se doutrinou no monte, igualmente no monte multiplicou os pães para o povo esfaimado, restabelecendo-lhe o ânimo.
Nós, os que nos achávamos mortos na ignorân­cia, e que hoje, por acréscimo da Misericórdia Infi­nita, já podemos desfrutar algumas bênçãos de luz, precisamos estender o serviço de socorro aos demais.
Não nos desincumbiremos, porém, da tarefa salvacionista, simplesmente pronunciando alguns dis­cursos admiráveis.
É imprescindível usar nossas mãos nas obras do bem.
Esforço dos braços significa atividade pessoal. Sem o empenho de nossas energias, na construção do Reino Espiritual com o Cristo, na Terra, debalde alinharemos observações excelentes em torno das preciosidades da Boa Nova ou das neces­sidades da redenção humana.
Encontrando o nosso irmão, caído na estrada, façamos o possível por despertá-lo com os recursos do verbo transformador, mas não olvidemos que, para trazê-lo de novo à vida construtiva, será indispensá­vel, segundo a inesquecível lição de Pedro, estender-lhe fraternalmente as nossas mãos.

(Fonte Viva; cap. 33)

sexta-feira, 30 de março de 2012

EVITANDO A TENTAÇÃO


“Vigiai e orai para não entrardes em tentação”. JESUS
(MARCOS, 14:38.)
Vigiar não quer dizer apenas guardar. Significa também precaver-se e cuidar. E quem diz
cuidar, afirma igualmente trabalhar e defender-se.
Orar, a seu turno, não exprime somente adorar e aquietar-se, mas, acima de tudo,
comungar com o Poder Divino, que é crescimento incessante para a luz, e com o Divino
Amor, que é serviço infatigável no bem.
Tudo o que repousa em excesso é relegado pela Natureza à inutilidade.
O tesouro escondido transforma-se em cadeia de usura.
A água estagnada cria larvas de insetos patogênicos.
Não te admitas na atitude de vigilância e oração, fugindo à luta com que a Terra te
desafia.
Inteligência parada e mãos paradas impõem paralisia ao coração que, da inércia, cai na
cegueira.
Vibra com a vida que escoa, sublime, ao redor de ti, e trabalha infatigavelmente, dilatando
as fronteiras do bem, aprendendo e ajudando aos outros em teu próprio favor.
Essa é a mais alta fórmula de vigiar e orar para não cairmos em tentação.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 3)

quinta-feira, 29 de março de 2012

RECOMECEMOS

" Ninguém põe remendo de pano novo em vestido velho " - Jesus.
(Mateus, 9 : 16.)
Não conserves lembranças amargas.
Viste o sonho desfeito.
Escutaste a resposta de fel.
Suportaste a deserção dos que mais amas.
Fracassaste no empreendimento.
Colheste abandono.
Padeceste desilusão.
Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus.
A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.
A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.
Torna o calor da primavera, na primavera seguinte.
Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.
Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho.
É como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomeçar ".
Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho.
Desse modo, desfaze-te do imprestável.
Desvencilha-te do inútil.
Esquece os enganos que te assaltaram.
Deita fora as aflições improfícuas.
Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo
volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real

(Palavras de Vida Eterna; cap. 1)

quarta-feira, 28 de março de 2012

FAÇAMOS NOSSA LUZ




Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 5, versículo 16.)


Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limi­tado círculo de ação.
Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar.
A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade.
A angústia de nosso plano procede da sombra.
A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas. Nevoeiros que assaltam consciências, ra­ciocínios e sentimentos.
Em meio da grande noite, é necessário acenda­mos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.
É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.
É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos seja própria, pade­ceremos constante ameaça de queda. Os proprie­tários das lâmpadas acesas podem afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.
Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa-vontade ao óleo do serviço e da humil­dade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada lon­ga!...
O problema fundamental da redenção, meu ami­go, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a ce­gueira nos próprios olhos.
Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de auto-educação, de conver­são substancial do “eu” ao Reino de Deus.
Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exor­nem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...
Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.
Todavia, avançar sem luz é impossível.

(Caminho, Verdade e Vida; Cap. 180)

terça-feira, 27 de março de 2012

NA CONSTRUÇÃO DO MESTRE

“Ora, vós sois o corpo do Cristo e seus membros em particular”.
– Paulo.(I Coríntios, 12:27).
O Evangelho não nos convida à confiança preguiçosa nos poderes do Cristo,
qual se estivéssemos assalariados para funcionar em claques de adoração vazia.
O apóstolo Paulo faz-nos sentir toda a extensão da responsabilidade que nos
compete à frente da Boa Nova.
Cada cristão é parte viva do corpo de princípios do Mestre, com serviço em
particular.
Não te iludas, assim, fixando-te exclusivamente em afirmações labiais de fé no
Senhor, sem adesão do próprio esforço ao trabalho edificante que nos foi reservado.
Sentindo, pensando, falando e ainda nessa ou naquela ocorrência, é
indispensável compreender que é preciso sentir, pensar, falar e agir, como se o Mestre
estivesse sentido, pensando, falando e agindo em nós e por nós.
Alguém provavelmente dirá que isso seria atrevida superestimação de nós
próprios; entretanto, apesar de nossas evidentes imperfeições, é forçoso começar a viver
no Senhor para que o Senhor viva onde nos cabe viver.
Para isso, perguntemos diariamente a nós mesmos como faria Jesus o que
estamos fazendo, porque, sendo o Cristo o dirigente e mentor de nossa fé, todos nós,
servos dele, somos chamados, no setor da atividade individual, a defini-lo e tratá-lo com
fiel expressão.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 157)

segunda-feira, 26 de março de 2012

TENDO MEDO



E, tendo medo, escondi na terra o teu talento.” — (MATEUS, capítulo 25, versículo 25.)


Na parábola dos talentos, o servo negligen­te atribui ao medo a causa do insucesso em que se infelicita.
Recebera mais reduzidas possibilidades de ganho.
Contara apenas com um talento e temera lutar para valorizá-lo.
Quanto aconteceu ao servidor invigilante da narrativa evangélica, há muitas pessoas que se acusam pobres de recursos para transitar no mundo como desejariam. E recolhem-se à ociosidade, ale­gando o medo da ação.
Medo de trabalhar.
Medo de servir.
Medo de fazer amigos.
Medo de desapontar.
Medo de sofrer.
Medo da incompreensão.
Medo da alegria.
Medo da dor.
E alcançam o fim do corpo, como sensitivas hu­manas, sem o mínimo esforço para enriquecer a existência.
Na vida, agarram-se ao medo da morte.
Na morte, confessam o medo da vida.
E, a pretexto de serem menos favorecidos pelo destino, transformam-se, gradativamente, em cam­peões da inutilidade e da preguiça.
Se recebeste, pois, mais rude tarefa no mundo, não te atemorizes à frente dos outros e faze dela o teu caminho de progresso e renovação. Por mais sombria seja a estrada a que foste conduzido pelas circunstâncias, enriquece-a com a luz do teu esforço no bem, porque o medo não serviu como justificativa aceitável no acerto de contas entre o servo e o Senhor.

(Fonte Viva; cap. 132)

domingo, 25 de março de 2012

NÃO FURTES



Aquele que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as suas mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade.” — Paulo. (EFÉSIOS, capítulo 4, versículo 28.)


Há roubos de variada natureza, jamais catalo­gados nos códigos de justiça da Terra.
Furtos de tempo aos que trabalham.
Assaltos à tranqüilidade do próximo.
Depredações da confiança alheia.
Invasões nos interesses dos outros.
Apropriações indébitas, através do pensamento.
Espoliações da alegria e da esperança.
Com as chaves falsas da intriga e da calúnia, da crueldade e da má-fé, almas impiedosas existem, penetrando sutilmente nos corações desprevenidos, dilapidando-os em seus mais valiosos patrimônios espirituais.
Por esse motivo, a palavra de Paulo se reveste de sublime significação: — “Aquele que furtava não furte mais.”
Se aceitaste o Evangelho por norma de eleva­ção da tua vida, procura, acima de tudo, ocupar as tuas mãos em atividades edificantes, a fim de que possas ser realmente útil aos que necessitam.
Na preguiça está sediada a gerência do mal.
Quem alguma coisa faz, tem algo a repartir.
Busca o teu posto de serviço, cumpre digna-mente as tuas obrigações de cada dia e, atendendo aos deveres que o Senhor te confiou, atravessarás o caminho terrestre sem furtar a ninguém.

(Fonte Viva; cap. 142)

sábado, 24 de março de 2012

PAI NOSSO



Pai nosso...” — Jesus. (MATEUS, capítulo 6, versículo 9.)


A grandeza da prece dominical nunca será de­vidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os funda­mentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome posses­sivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamen­tos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, ge­rando causas perigosas e, por isso, tragédias e fa­lhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o império do eu” passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso... — disse Jesus para começar. Pai do Universo... Nosso mundo...
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do “eu quero”, invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.

(Fonte Viva; cap. 77)

sexta-feira, 23 de março de 2012

PACIÊNCIA EM ESTUDO

“É na vossa paciência que ganhareis as vossas almas.”
– Jesus (LUCAS, 21:19)
Todos necessitamos de paciência uns para com os outros, mas compete-nos igualmente
a todos estudar a paciência em sua função educativa.
Paciência!
É serenidade; calma, porém, não é aprovação ao desequilíbrio.
È compreensão; entendimento, no entanto, não é passaporte ao abuso.
È harmonização; ajuste, todavia, não é apoio à delinqüência.
È tolerância; brandura, entretanto, não é coonestação com o erro deliberado.
Paciência, sobretudo, é a capacidade de verificar a dificuldade ou o desacerto nas
engrenagens do cotidiano, buscando a solução do problema ou a transposição do
obstáculo, sem toques de alarde e sem farpas de irritação.
Em todos os aspectos da paciência, recordamos Jesus.
O Mestre foi, no mundo, o paradigma de semelhante virtude, mas não foi conformista.
Nunca se apassivou diante do mal, conquanto lhe suportasse as manifestações,
diligenciando meios de tudo renovar para o bem; e, em lhe lembrando a sinceridade e a
franqueza, não nos será lícito esquecer que o Cristo se revelou tão paciente que não
hesitou em regressar, depois da morte, ao convívio das criaturas humanas que o haviam
abandonado. Ainda assim, é forçoso reconhecer que ele se materializou perante os
discípulos que, em maioria, podiam ser iletrados e medrosos, mas suficientemente
sinceros para continuar-lhe a obra libertadora, e não diante dos fariseus, altamente
intelectualizados e profundos conhecedores das revelações divinas, mas habitualmente
atolados em conveniências e preconceitos e, por isso mesmo, capazes de omitir a
verdade e estabelecer a perturbação.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 171)

quinta-feira, 22 de março de 2012

TODOS OS DIAS


“...e eis eu que estou convosco, todos os dias, até a
consumação dos séculos.”-Jesus. ( Mateus, 28:20 ).
Não te digas sem a inspiração de Jesus para adotar rumo certo.
A atualidade terrestre mostra cientificamente que a comunhão espiritual não depende
do espaço ou do tempo.
Podes fitar um orientador da comunidade e colher-lhe a palavra, a longa distância,
através da televisão...
Conversar com um amigo, de um continente a outro, com o auxílio do telefone...
Escutar o cantor predileto, que atua de longe, por intermédio do rádio...
Recolher a mensagem de alguém, na tira de um telegrama...
Acompanhar, nas colunas da imprensa, o cronista simpático que nunca viste em
pessoa...
Assim também, nossas ligações com o Cristo de Deus.
Jesus não é o mestre ausente ou símbolo morto. Ainda e sempre, é para nós, os que
declaramos aceitar-lhe a governança, o mentor vigilante e o exemplo vivo.
Basta recapitular-lhe as lições para refleti-lo. E, ao retrata-lo em nós, segundo as
nossas acanhadas concepções, receberemos dele a idéia ou o socorro de que
careçamos, a fim de escolher com acerto e agir com justiça.
Prometeu-nos o Mestre, ao falar aos discípulos:
- “Eis que eu estou convosco, todos os dias, até à consumação dos séculos.”
Como é fácil de perceber, o Senhor está conosco, esperando, porém, que estejamos com
ele.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 149)

quarta-feira, 21 de março de 2012

BOAS OBRAS

"Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens para que vejam
as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que estás nos Céus."
JESUS (MATEUS, 5:16.)
“Brilhe vossa luz” – disse-nos o MESTRE - e muitas vezes julgamo-nos unicamente
no dever de buscar as alturas mentais. E suspiramos inquietos pela dominação do
cérebro.
Contudo, o CRISTO foi claro e simples no ensinamento: “brilhe também a vossa luz
diante dos homens para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem o vosso Pai que
está nos céus”.
Não apenas pela cultura intelectual. Não somente pela frase correta. Nem só pelo
verbo flamejante. Não apenas pela interpretação eficiente das Leis Divinas. Não somente
pela prece labial, apurada e comovedora. Nem só pelas palavras e pelos votos brilhantes.
É indiscutível que não podemos menosprezar a educação da inteligência, mesmo
porque escola, em todos os planos, é obra sublime com que nos cabe honrar o Senhor,
mas JESUS, com a referência, convidava-nos ao exercício constante das boas obras,
seja onde for, pois somente o coração tem o poder de tocar o coração e, somente
aperfeiçoando os nossos sentimentos, conseguiremos nutrir a chama espiritual em nós,
consoante o Divino apelo.
Com o amor estimularemos o amor...
Com a humildade geraremos a humildade...
Com a paz em nos ajudaremos a construir a paz dos outros...
Com a nossa paciência edificaremos a paciência alheia.
Com a caridade em nosso passo, semearemos a caridade nos passos do próximo.
Com a nossa fé garantiremos a fé ao redor de nós mesmos.
Atendamos, pois, ao nosso próprio burilamento, porquanto apenas contemplando a
luz das boas obras em nós, é que os outros entrarão no caminho das boas obras,
glorificando a bondade e a sabedoria de Deus.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 13)

terça-feira, 20 de março de 2012

Pensamentos


Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que épuro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude e se há algum louvor, nisso pensai.” — Paulo. (FILIPENSES, CAPÍTULO 4, VERSÍCULO 8.)

Todas as obras humanas constituem a resultante do pensamento das criaturas. O mal e o bem, o feio e o belo viveram, antes de tudo, na fonte mental quê os produziu, nos movimentos incessantes da vida.
O Evangelho consubstancia o roteiro generoso para que a mente do homem se renove nos caminhos da espiritualidade superior, proclamando a necessidade de semelhante transformação, rumo aos planos mais altos. Não será tão-somente com os primores intelectuais da Filosofia que o discípulo iniciará seus esforços em realização desse teor. Renovar pensamentos não é tão fácil como parece à primeira vista.
Demanda muita capacidade de renúncia e profunda dominação de si mesmo, qualidades que o homem não consegue alcançar sem trabalho e sacrifício do coração.
É por isso que muitos servidores modificam expressões verbais, julgando que refundiram pensamentos. Todavia, no instante de recapitular, pela repetição das circunstâncias, as experiências redentoras, encontram, de novo, análogas perturbações, porque os obstáculos e as sombras permanecem na mente, quais fantasmas ocultos.
Pensar é criar. A realidade dessa criação pode não exteriorizar-se, de súbito, no campo dos efeitos transitórios, mas o objeto formado pelo poder mental vive no mundo íntimo, exigindo cuidados especiais para o esforço de continuidade ou extinção.
O conselho de Paulo aos filipenses apresenta sublime conteúdo. Os discípulos que puderem compreender-lhe a essência profunda, buscando ver o lado verdadeiro, honesto, justo, puro e amável de todas as coisas, cultivando-o, em cada dia, terão encontrado a divina equação.

(Pão Nosso; cap. 15)

segunda-feira, 19 de março de 2012

REFUGIA-TE EM PAZ


Havia muitos que iam e vinham e não tinham tempo para comer.” (MARCOS, capítulo 6, versículo 31.)


O convite do Mestre, para que os discípulos procurem lugar a parte, a fim de repousarem a mente e o coração na prece, é cada vez mais oportuno.
Todas as estradas terrestres estão cheias dos que vão e vem atormentados pelos interesses imediatistas, sem encontrarem tempo para a recepção de alimentação espiritual. Inúmeras pessoas atravessam a senda, famintas de ouro, e voltam carregadas de desilusões. Outras muitas correm, às aventuras, sedentas de novidade emocional, e regressam com o tédio destruidor.
Nunca houve no mundo tantos templos de pedra, como agora, para as manifestações de religiosidade, e jamais apareceu tamanho volume de desencanto nas almas.
A legislação trabalhista vem reduzindo a ativi­dade das mãos, como nunca; no entanto, em tempo algum surgiram preocupações tão angustiosas como na atualidade.
As máquinas da civilização moderna limitaram espantosamente o esforço humano, todavia, as afli­ções culminam, presentemente, em guerras de arra­samento científico.
Avançou a técnica da produção econômica em todos os setores, selecionando o algodão e o trigo por intensificar-lhes as colheitas, mas, para os olhos que contemplam a paisagem mundial, jamais se veri­ficou entre os encarnados tamanha escassez de pão e vestuário.
Aprimoraram-se as teorias sociais de solidarie­dade e nunca houve tanta discórdia.
Como acontecia nos tempos da permanência de Jesus no apostolado, a maioria dos homens perma­nece no vai-e-vem dos caminhos, entre a procura deso­rientada e o achado falso, entre a mocidade leviana e a velhice desiludida, entre a saúde menosprezada e a moléstia sem proveito, entre a encarnação per­dida e a desencarnação em desespero.
Ó meu amigo, se adotaste efetivamente o apren­dizado com o Divino Mestre, retira-te a um lugar à parte, e cultiva os interesses de tua alma.
É possível que não encontres o jardim exterior que facilite a meditação, nem algum pedaço de natureza física onde repouses do cansaço material, todavia, penetra o santuário, dentro de ti mesmo.
Há muitos sentimentos que te animam há séculos, imitando, em teu íntimo, o fluxo e o refluxo da mul­tidão. Passam apressados de teu coração ao cérebro e voltam do cérebro ao coração, sempre os mesmos, incapacitados de acesso à luz espiritual. São os prin­cípios fantasistas de paz e justiça, de amor e felici­dade que o plano da carne te impôs. Em certas cir­cunstâncias da experiência transitória, podem ser úteis, entretanto, não vivas exclusivamente ao lado deles. Exerceriam sobre ti o cativeiro infernal.
Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as verdadeiras no­ções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o Senhor te destinou.

(Fonte Viva; cap. 147)

domingo, 18 de março de 2012

RECAPITULAÇÕES



Porque amavam mais a glória dos homens do que a glória de Deus.” — (JOÃO, capítulo 12, versículo 43.)


Os séculos parecem reviver com seus resplen­dores e decadências.
Fornece o mundo a impressão dum campo onde as cenas se repetem constantemente.
Tudo instável.
A força e o direito caminham com alternativas de domínio. Multidões esclarecidas regressam a novas alucinações. O espírito humano, a seu turno, conside­rado insuladamente, demonstra recapitular as más experiências, após alcançar o bom conhecimento.
Como esclarecer a anomalia? A situação é es­tranhável porque, no fundo, todo homem tem sede de paz e fome de estabilidade. Importa reconhecer, porém, que, no curso dos milênios, as criaturas humanas, em múltiplas existências, têm amado mais a glória terrena que a glória de Deus.
Inúmeros homens se presumem redimidos com a meditação criteriosa do crepúsculo, mas... e o dia que já se foi? Na justiça misericordiosa de suas de­cisões, Jesus concede ao trabalhador hesitante uma oportunidade nova, O dia volta. Refunde-se a exis­tência. Todavia, que aproveita ao operário valer-se tão-somente dos bens eternos, no crepúsculo cheio de sombras?
Alguém lhe perguntará: que fizeste da manhã clara, do Sol ardente, dos instrumentos que te dei? Apenas a essa altura reconhece a necessidade de gloriar-se no Todo-Poderoso. E homens e povos con­tinuarão desfazendo a obra falsa para recomeçar o esforço outra vez.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 33)

sábado, 17 de março de 2012

ENXERTIA DIVINA



Se não permanecerem na incredu­lidade, serão enxertados; porque po­deroso é Deus para os tornar a en­xertar.” — Paulo. (ROMANOS, capítulo 11, versículo 23.)


Toda criatura, em verdade, é uma planta espiri­tual, objeto de minucioso cuidado por parte do Divino Semeador.
Cada homem, qual ocorre ao vegetal, apresenta diferenciados períodos na existência.
Sementeira, germinação, adubação, desenvolvi­mento, utilidade, florescência, frutificação, colheita...
Nas vésperas do fruto, desvela-se o pomicultor, com mais carinho, pelo aprimoramento da árvore.
É imprescindível haja fartura e proveito. Na luta espiritual, em identidade de circunstâncias, o Senhor adota iguais normas para conosco.
Atingindo o conhecimento, a razão e a expe­riência, o Pomicultor Celeste nos confere preciosos recursos de enxertia espiritual, com vistas à nossa sublimação para a vida eterna.
A cada novo dia de tua experiência humana, recebes valioso concurso para que os resultados da presente encarnação te enriqueçam de luz divina pela felicidade que transmites aos outros. És, con­tudo, uma “árvore consciente”, com independência para aceitar ou não os elementos renovadores, com liberdade para registrar a bênção ou desprezá-la.
Repara, atentamente, quantas vezes te convoca o Sublime Semeador ao engrandecimento de ti mesmo.
A enxertia do Alto procura-nos através de mil modos.
Hoje, é na palestra edificante de um compa­nheiro.
Amanhã, será num livro amigo.
Depois, virá por intermédio de uma dádiva apa­rentemente insignificante da senda.
Se guardas, pois, o propósito de elevação, apro­veita a contribuição do Céu, iluminando e santifi­cando o templo íntimo. Mas, se a incredulidade por enquanto te isola a mente, enovelando-te as forças no carretel do egoísmo, o enxerto de sublimação te buscará debalde, porque ainda não produzes, nos recessos do espírito, a seiva que favorece a Vida Abundante.

(Fonte Viva; cap 78)

sexta-feira, 16 de março de 2012

NO SERVIÇO CRISTÃO

“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada
um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal.” —
Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 10.)

Não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem
qualquer significação de ordem moral para as criaturas.
Muitos aprendizes da Consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às investigações
de laboratório ou se limitam a discussões filosóficas.
É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens desencarnados,
quantas são as dos encarnados.
Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte.
Além disso, incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos.
Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo,
distanciados da vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o
intercambio em fator de espiritualidade santificante.
Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos
encontramos interessados em melhorar a personalidade naquele em que respiramos.
Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a
responsabilidade de viver, Espiritismo não expressa simples convicção de imortalidade:
é clima de serviço e edificação.
Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o
preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não
dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo.
Somente à luz de suas lições sublimes, é possível reajustar o caminho, renovar a
mente e purificar o coração.
Nem tudo o que é admirável é divino.
Nem tudo o que é grande é respeitável.
Nem tudo o que é belo é santo.
Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a extensão do
bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compreendendo o imperativo de
nossa iluminação interior, porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo,
“todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo
com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal”.

(Pão Nosso; Introdução)

quinta-feira, 15 de março de 2012

TEMPO DE CONFIANÇA



E disse-lhes: Onde está a vossa fé?” — (LUCAS, capítulo 8, versículo 25.)


A tempestade estabelecera a perturbação no ânimo dos discípulos mais fortes. Desorientados, ante a fúria dos elementos, socorrem-se de Jesus, em altos brados.
Atende-os o Mestre, mas pergunta depois:
Onde está a vossa fé?
O quadro sugere ponderações de vasto alcance. A interrogação de Jesus indica claramente a neces­sidade de manutenção da confiança, quando tudo parece obscuro e perdido. Em tais circunstâncias, surge a ocasião da fé, no tempo que lhe é próprio.
Se há ensejo para trabalho e descanso, plantio e colheita, revelar-se-á igualmente a confiança na hora adequada.
Ninguém exercitará otimismo, quando todas as situações se conjugam para o bem-estar. É difícil demonstrar-se amizade nos momentos felizes.
Aguardem os discípulos, naturalmente, oportu­nidades de luta maior, em que necessitarão aplicar mais extensa e intensivamente os ensinos do Senhor. Sem isso, seria impossível aferir valores.
Na atualidade dolorosa, inúmeros companheiros invocam a cooperação direta do Cristo. E o socorro vem sempre, porque é infinita a misericórdia celes­tial, mas, vencida a dificuldade, esperem a indagação:
Onde está a vossa fé?
E outros obstáculos sobrevirão, até que o dis­cípulo aprenda a dominar-se, a educar-se e a ven­cer, serenamente, com as lições recebidas.

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 40)

quarta-feira, 14 de março de 2012

RECEBESTE A LUZ?



Recebestes o Espírito Santo quando crestes?” — (ATOS, capítulo 19, versículo 2.)


O católico recolhe o sacramento do batismo e ganha um selo para identificação pessoal na estatística da Igreja a que pertence.
O reformista das letras evangélicas entra no mesmo cerimonial e conquista um número no cadas­tro religioso do templo a que se filia.
O espiritista incorpora-se a essa ou àquela enti­dade consagrada à nossa Doutrina Consoladora e participa verbalmente do trabalho renovador.
Todos esses aprendizes da escola cristã se re­confortam e se rejubilam.
Uns partilham o contentamento da mesa euca­rística que lhes aviva a esperança no Céu; outros cantam, em conjunto, exaltando a Divina Bondade, aliciando largo material de estímulo na jornada san­tificante; outros, ainda, se reúnem, ao redor da prece ardente, e recebem mensagens luminosas e revela­doras de emissários celestiais, que lhes consolidam a convicção na imortalidade, além...
Todas essas posições, contudo, são de proveito, consolação e vantagem.
É imperioso reconhecer, porém, que se a se­mente é auxiliada pela adubação, pela água e pelo sol, é obrigada a trabalhar, dentro de si mesma, a fim de produzir.
Medita, pois, na sublimidade da indagação apostólica: “Recebeste o Espírito Santo quando creste?”
Vale-te da revelação com que a fé te beneficia e santifica o teu caminho, espalhando o bem.
Tua vida pode converter-se num manancial de bênçãos para os outros e para tua alma, se te apli­cares, em verdade, ao Mestre do Amor. Lembra-te de que não és tu quem espera pela Divina Luz. É a Divina Luz, força do Céu ao teu lado, que permanece esperando por ti.

(Fonte Viva;  cap. 87)

terça-feira, 13 de março de 2012

PELOS FRUTOS



Por seus frutos os conhecereis.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 7, versículo 16.)


Nem pelo tamanho.
Nem pela configuração.
Nem pelas ramagens.
Nem pela imponência da copa.
Nem pelos rebentos verdes.
Nem pelas pontas ressequidas.
Nem pelo aspecto brilhante.
Nem pela apresentação desagradável.
Nem pela vetustez do tronco.
Nem pela fragilidade das folhas.
Nem pela casca rústica ou delicada.
Nem pelas flores perfumadas ou inodoras.
Nem pelo aroma atraente.
Nem pelas emanações repulsivas.
Árvore alguma será conhecida ou amada pelas aparências exteriores, mas sim pelos frutos, pela utilidade, pela produção.
Assim também nosso espírito em plena jornada...
Ninguém que se consagre realmente à verdade dará testemunho de nós pelo que parecemos, pela superficialidade de nossa vida, pela epiderme de nossas atitudes ou expressões individuais percebidas ou apreciadas de passagem, mas sim pela substân­cia de nossa colaboração no progresso comum, pela importância de nosso concurso no bem jeral.
Pelos frutos os conhecereis” — disse o Mestre.
“Pelas nossas ações seremos conhecidos” — repetiremos nós.

(Fonte Viva; cap. 7)

segunda-feira, 12 de março de 2012

HONRAS VÃS




Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são manda­mentos de homens.” — Jesus. (MARCOS, capítulo 7, versículo 7.)


A atualidade do Cristianismo oferece-nos lições profundas, relativamente à declaração acima men­cionada.
Ninguém duvida do sopro cristão que anima a civilização do Ocidente. Cumpre notar, contudo, que a essência cristã, em seus institutos, não passou de sopro, sem renovações substanciais, porque, logo após o ministério divino do Mestre, vieram os homens e lavraram ordenações e decretos na presunção de honrar o Cristo, semeando, em verdade, separatismo
e destruição.
Os últimos séculos estão cheios de figuras no­táveis de reis, de religiosos e políticos que se afirmaram defensores do Cristianismo e apóstolos de suas luzes.
Todos eles escreveram ou ensinaram em nome de Jesus.
Os príncipes expediram mandamentos famosos, os clérigos publicaram bulas e compêndios, os admi­nistradores organizaram leis célebres. No entanto, em vão procuraram honrar o Salvador, ensinando doutri­nas que são caprichos humanos, porqüanto o mundo de agora ainda é campo de batalha das idéias, qual no tempo em que o Cristo veio pessoalmente a nós, apenas com a diferença de que o Farisaísmo, o Tem­plo, o Sinédrio, o Pretório e a Corte de César possuem hoje outros nomes, Importa reconhecer, desse modo, que, sobre o esforço de tantos anos, é necessário renovar a compreensão geral e servir ao Senhor, não segundo os homens, mas de acordo com os seus próprios ensinamentos.

(Caminho Verdade e Vida; cap. 37)

domingo, 11 de março de 2012

Em Espírito

“Mas, se pelo espírito mortificardes as obras da carne, vivereis.” — Paulo.
(ROMANOS, CAPÍTULO 8, VERSÍCULO 13.)
Quem vive, segundo as leis sublimes do espírito, respira em esfera diferente do próprio
campo material em que ainda pousa os pés.
Avançada compreensão assinala-lhe a posição íntima.
Vale-se do dia qual aprendiz aplicado que estima na permanência sobre a Terra
valioso tempo de aprendizado que não deve menosprezar.
Encontra, no trabalho, a dádiva abençoada de elevação e aprimoramento.
Na ignorância alheia, descobre preciosas possibilidades de serviço.
Nas dificuldades e aflições da estrada, recolhe recursos à própria iluminação e
engrandecimento.
Vê passar obstáculos, como vê correr nuvens. Ama a responsabilidade, mas não
se prende à
posse.
Dirige com devotamento, contudo, foge ao domínio.
Ampara sem inclinações doentias.
Serve sem escravizar-se.
Permanece atento para com as obrigações da sementeira, todavia, não se inquieta
pela colheita, porque sabe que o campo e a planta, o sol e a chuva, a água e o vento
pertencem ao Eterno Doador.
Usufrutuário dos bens divinos, onde quer que se encontre, carrega consigo mesmo, na
consciência e no coração, os próprios tesouros.
Bem-aventurado o homem que segue vida a fora em espírito! Para ele, a morte aflitiva
não é mais que alvorada de novo dia, sublime transformação e alegre despertar!

(Pão Nosso; cap. 82)

sábado, 10 de março de 2012

Páginas


“Mas a sabedoria que vem do alto é primeiramente pura, depois pacífica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e
sem hipocrisia.” —(TIAGO, CAPÍTULO 3, VERSÍCULO 17.)

Toda página escrita tem alma e o crente necessita auscultar-lhe a natureza. O exame
sincero esclarecerá imediatamente a que esfera pertence, no círculo de atividade
destruidora no mundo ou no centro dos esforços de edificação para a vida espiritual.
Primeiramente, o leitor amigo da verdade e do bem analisar-lhe-á as linhas, para
ajuizar da pureza do seu conteúdo, compreendendo que, se as suas expressões foram
nascidas de fontes superiores, aí encontrará os sinais inequívocos da paz, da moderação,
da afabilidade fraternal, da compreensão amorosa e dos bons frutos, enfim.
Mas, se a página reflete os venenos sutis da parcialidade humana, semelhante
mensagem do pensamento não procede das esferas mais nobres da vida. Ainda que
se origine da ação dos Espíritos desencarnados, supostamente superiores, a folha que
não faça benefício em harmonia e construção fraternal é, apenas, reflexo de condições
inferiores.
Examina, pois, as páginas de teu contacto com o pensamento alheio, diariamente,
e faze companhia àquelas que te desejam elevação. Não precisas das que se te
figurem mais brilhantes, mas daquelas que te façam melhor.

(Pão Nosso; cap. 14)

sexta-feira, 9 de março de 2012

NA ESFERA DA LÍNGUA



Quem quer amar a vida e ver os dias felizes,
refreie a sua língua do mal...”
Pedro. (I PEDRO, 3:10.)

Reflete no bem que esperas na palavra dos outros, para que a tua palavra não se
converta em agente do mal.
Necessitando desse ou daquele concurso, agradeces ao companheiro que te endossa as
solicitações com apontamentos de simpatia.
No instante do erro, quando muitos te malsinam a invigilância, assinalas, feliz, a frase de
entendimento do irmão que te justifica ou desculpa.
De Espírito desarvorado, ante as provas que chegam em monte, na luta de cada dia,
consideras por recurso do Céu a indicação generosa daqueles que te induzem à
paciência.
De coração obrigado a atitudes constrangedoras, observas que a ansiedade se te alivia,
perante a referência confortadora dos que te ofertam apoio e compreensão.
Entre dificuldades amargas, diante da queixa ou da desesperação que te escampam da
boca, bendizes o amparo de quantos te acalmam, usando notas de tolerância.
Sempre que estiveres a ponto de complicar os problemas ou azedar o ânimo de alguém,
através da palavra, lembra o auxílio verbal de que precisas, por intermédio dos
semelhantes.
Se aspiramos a desfrutar os tesouros da vida e do tempo, apliquemos a regra áurea, na
esfera de nossa língua.
Insuflemos nos ouvidos alheios a tranqüilidade que ambicionamos e falemos dos outros
aquilo que desejamos que os outros falem de nós.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 109)

quinta-feira, 8 de março de 2012

QUE BUSCAIS?




E Jesus, voltando-se e vendo que eles o seguiam, disse-lhes: Que bus­cais?” — (JOÃO, capítulo 1, versículo 38.)


A vida em si é conjunto divino de experiências.
Cada existência isolada oferece ao homem o proveito de novos conhecimentos. A aquisição de va­lores religiosos, entretanto, é a mais importante de todas, em virtude de constituir o movimento de ilu­minação definitiva da alma para Deus.
Os homens, contudo, estendem a esse departa­mento divino a sua viciação de sentimentos, no jogo inferior dos interesses egoísticos.
Os templos de pedra estão cheios de promessas injustificáveis e de votos absurdos.
Muitos devotos entendem encontrar na Divina Providência uma força subornável, eivada de privilégios e preferências. Outros se socorrem do plano espiritual com o propósito de solucionar problemas mesquinhos.
Esquecem-se de que o Cristo ensinou e exem­plificou.
A cruz do Calvário é símbolo vivo.
Quem deseja a liberdade precisa obedecer aos desígnios supremos. Sem a compreensão de Jesus, no campo íntimo, associada aos atos de cada dia, a alma será sempre a prisioneira de inferiores preocupações.
Ninguém olvide a verdade de que o Cristo se encontra no umbral de todos os templos religiosos do mundo, perguntando, com interesse, aos que en­tram: “Que buscais?”

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 22)

quarta-feira, 7 de março de 2012

QUE FAREI?



Que farei?” — Paulo. (ATOS, capítulo 22, versículo 10.)

Milhares de companheiros aproximam-se do Evangelho para o culto inveterado ao comodismo. Como dominarei? — interrogam alguns. Como descansarei? — indagam outros.
E os rogos se multiplicam, estranhos, reprová­veis, incompreensíveis...
Há quem peça reconforto barato na carne, quem reclame afeições indébitas, quem suspire por negócios inconfessáveis e quem exija recursos para di­ficultar o serviço da paz e do bem.
A pergunta do apóstolo Paulo, no justo momento em que se vê agraciado pela Presença Divina, é pa­drão para todos os aprendizes e seguidores da Boa Nova.
O grande trabalhador da Revelação não pede transferência da Terra para o Céu e nem descamba para sugestões de favoritismo ao seu círculo pessoal. Não roga isenção de responsabilidade, nem foge ao dever da luta.
Que farei? — disse a Jesus, compreendendo o impositivo do esforço que lhe cabia.
E o Mestre determina que o companheiro se levante para a sementeira de luz e de amor, através do próprio sacrifício.
Se foste chamado à fé, não recorras ao Divino Orientador suplicando privilégios e benefícios que justifiquem tua permanência na estagnação espiritual.
Procuremos com o Senhor o serviço que a sua Infinita Bondade nos reserva e caminharemos, vito­riosos, para a sublime renovação.

(Fonte Viva; cap. 112)

terça-feira, 6 de março de 2012

MODO DE SENTIR




Renovai-vos pelo espírito no vos­so modo de sentir.” — Paulo. (EFÉSIOS, capítulo 4, versículo 23.)


Há muitos séculos o homem raciocina, obedien­te a regras quase inalteradas, comparando fatores externos segundo velhos processos de observação; rege a vida física com grandes mudanças no setor das operações orgânicas fundamentais e maneja a palavra como quem usa os elementos indispensáveis a determinada construção de pedra, terra e cal.
Nos círculos da natureza externa, em si, as mo­dificações em qualquer aspecto são mínimas, exce­ção feita ao progresso avançado nas técnicas da ciência e da indústria.
No sentimento, porém, as alterações são pro­fundas.
Nos povos realmente educados, ninguém se compraz com a escravidão dos semelhantes, ninguém joga impunemente com a vida do próximo, e ninguém aplaude a crueldade sistemática e delibe­rada, quanto antigamente.
Através do coração, o ideal de humanidade vem sublimando a mente em todos os climas do Planeta.
O lar e a escola, o templo e o hospital, as ins­tituições de previdência e beneficência são filhos da sensibilidade e não do cálculo.
Um trabalhador poderá demonstrar altas carac­terísticas de inteligência e habilidade, mas, se não possui devoção para com o serviço, será sempre um aparelho consciente de repetição, tanto quanto o estômago é máquina de digerir, há milênios.
Só pela renovação íntima, progride a alma no rumo da vida aperfeiçoada.
Antes do Cristo, milhares de homens e mulheres morreram na cruz, entretanto, o madeiro do Mestre converteu-se em luz inextinguível pela qualidade de sentimento com que o crucificado se entregou ao sacrifício, influenciando a maneira de sentir das na­ções e dos séculos.
Crescer em bondade e entendimento é estender a visão e santificar os objetivos na experiência comum.
Jesus veio até nós a fim de ensinar-nos, acima de tudo, que o Amor é o caminho para a Vida Abundante.
Vives sitiado pela dor, pela aflição, pela sombra ou pela enfermidade? Renova o teu modo de sentir, pelos padrões do Evangelho, e enxergarás o Pro­pósito Divino da Vida, atuando em todos os lugares, com justiça e misericórdia, sabedoria e entendi­mento.

(Fonte Viva; 67)

segunda-feira, 5 de março de 2012

MÃOS EM SERVIÇO


“E Jesus, estendendo as mãos, tocou-o dizendo; “quero, sê limpo...”.
( Mateus, 8:3).
Mãos estendidas!...
Quando estiverdes meditando e orando, recorda que todas as grandes idéias se
derramaram, através dos braços, para concretizarem as boas obras.
Cidades que honram a civilização, indústrias que sustentam o povo, casa que alberga
a família, gleba que produz, são garantidas pelo esforço das mãos
Médicos despendem largo tempo em estudo para a conquista do título que lhes
confere o direito de orientar o doente; no entanto, vivem estendendo as mãos no amparo
aos enfermos.
Educadores mergulham vários lustros na corrente das letras, adquirindo a ciência de
manejá-las; contudo, gastam longo trecho da existência, estendendo as mãos no trabalho
da escrita.
Cada reencarnação de nosso espírito, exige braços abertos do regaço maternal que
nos acolhe.
Toda refeição, para surgir, pede braços em movimento.
Cultivemos a reflexão para que se nos aclare o ideal, sem largar o trabalho que no-lo
realiza.
Jesus, embora pudesse representar-se por milhões de mensageiros, escolheu vir ele
próprio até nós, colocando mãos no serviço, de preferência em direção aos menos felizes.
Pensemos nele, o Senhor. E toda vez que nos sentirmos cansados, suspirando por
repouso indébito, lembremo-nos de que as mãos do Cristo, após socorrer-nos e levantarnos,
longe de encontrarem apoio repousante, foram cravadas no lenho do sacrifício, do
qual, conquanto escarnecidas e espancadas, ainda se despediram de nós entre a palavra
do perdão e a serenidade da bênção.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 147)

domingo, 4 de março de 2012

CRENÇA

“Crês que há um só Deus e fazes o bem.
Mas os demônios também o crêem e Estremecem.”
(Thiago, 2:19).
Alguns momentos de reflexão no Evangelho sacodem-nos o raciocínio, para que
venhamos despertar no reconhecimento de nossas responsabilidades em matéria de
crença.
Asseveramos, a cada passo, a convicção iniludível, quanto à existência de Deus.
Habitualmente, enquadramos à vida mental a determinado tipo de interpretação religiosa,
a fim de reverenciá-lo, através do modo que supomos mais digno.
Construímos santuários para honrar-lhe a munificência.
Pretendemos enobrecê-lo em obras de arte.
Sabemos admirar-lhe a sabedoria, seja na grandeza do firmamento ou na simplicidade do
chão.
Certificamo-nos de que as suas leis são inelutáveis, desde as que foram estatuídas para a
semente até as que traçam caminho às constelações.
Articulamos preces em louvor ou de súplica, nas quais lhe endereçamos os anseios mais
íntimos.
Receitamos confiança em Deus para todos aqueles que ainda não conseguiram
entesourá-la.
Ás vezes, chegamos até mesmo ao entusiasmo infantil dos que imaginam adivinhar
as opiniões de Deus, nisso ou naquilo.
Todas essas atitudes nascem da pessoa que reconhece a imanência de Deus.
Entretanto, os Espíritos perversos também sabem que Deus existe.
Crença por crença, há crença nos planos superiores, e há crença nos planos inferiores.
Meditemos nisso para considerar que, acima de tudo, importa saber o que estamos
fazendo de nossa fé.

(Palavras de Vida Eterna; cap 137)

sábado, 3 de março de 2012

NÃO TE ESQUEÇAS





Porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus.” — (JOÃO, capítulo 12, versículo 11.)


Narra o Evangelho de João que muita gente, encaminhando-se para Betãnia, buscava acercar-se do Mestre, não somente para vê-lo, mas para con­templar também a figura de Lázaro, retirado do se­pulcro. Nessa movimentação, muitos iam e voltavam transformados, irritando os círculos farisaicos.
Essa lembrança do Apóstolo é preciosa.
A situação, todavia, é idêntica nos dias atuais.
A alma voltada para o Cristo quase sempre foi ressuscitada por seu amor, escapando à sombra dos pesadelos intelectuais que operam a morte do sen­timento...
Muitos homens estão mortos, soterrados nos se­pulcros da indiferença, do egoísmo, da negação. Quando um companheiro, como Lázaro, tem a feli­cidade de ser tocado pelo Cristo, eis que se estabe­lece a curiosidade geral em torno de suas atitudes. Todos desejam conhecer-lhe as modificações.
Se és, portanto, um beneficiado de Jesus; se o Senhor já te levantou do pó terrestre para o conheci­mento da vida infinita, recorda-te de que teus amigos, na maioria, têm noticias do Mestre; todavia, ainda não estão preparados a compreendê-lo integralmente. Serás, como Lázaro, o ponto de observação direta para todos eles. Somente começarão a receber a claridade da crença sincera por ti, reconhecendo o poder de Jesus pela transformação que estejas de­monstrando. Se já foste, pois, chamado pelo Senhor da Vida, está em tuas mãos continuares nos recintos da morte ou levantares para a edificação dos que te rodeiam.

(Caminho Verdade e Vida; cap. 113)

sexta-feira, 2 de março de 2012

NO CULTO À PRECE




E, tendo eles orado, tremeu o lugar onde estavam reunidos e todos ficaram cheios de Espírito Santo.” – (ATOS, capítulo 4, versículo 31.)


Todos lançamos em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.
A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.
A aranha respira no centro das próprias teias.
A abelha pode viajar intensivamente, mais não descança a não ser nos compartimentos da própria colméia.
Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.
Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.
Como pensas, viverás.
Nossa vida íntima — nosso lugar.
A fim de que não perturbemos as leis do Uni­verso, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com as nossas concepções.
Recolhe-te e enxergarás o limite de tudo o que te cerca.
Expande-te e encontrarás o infinito de tudo o que existe.
Para que nos elevemos, com todos os elemen­tos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade.
A prece, traduzindo aspiração ardente de subi­da espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.
Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito.
Não olvides, pois, que o culto à prece é mar­cha decisiva. A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas per­ceber.

(Fonte Viva; cap. 149)