“E ele respondeu: Como poderei entender se alguém me não ensinar?” — (ATOS, capítulo 8, versículo 31.)
Desde a vinda de Jesus, o movimento de
educação renovadora para o bem é dos mais impressionantes
no seio da Humanidade.
Em toda parte, ergueram-se templos,
divulgaram-se livros portadores de princípios sagrados.
Percebe-se em toda essa atividade a
atuação sutil e magnânima do Mestre que não perde ocasião de
atrair as criaturas de Deus para o Infinito Amor. Desse quadro
bendito de trabalho destaca-se, porém, a cooperação fraternal que
o Cristo nos deixou, como norma imprescindível ao desdobramento da
iluminação eterna do mundo.
Ninguém guarde a presunção de
elevar-se sem o auxílio dos outros, embora não deva buscar a
condição parasitária para a ascensão. Referimo-nos à
solidariedade, ao amparo proveitoso, ao concurso edificante. Os que
aprendem alguma coisa sempre se valem dos homens que já passaram, e
não seguem além se lhes falta o interesse dos contemporâneos,
ainda que esse interesse seja mínimo.
Os apóstolos necessitaram do Cristo
que, por sua vez, fez questão de prender os ensinamentos, de que era
o divino emissário, às antigas leis.
Paulo de Tarso precisou de Ananias
para entender a própria situação.
Observemos o versículo acima,
extraido dos Atos dos Apóstolos. Filipe achava-se despreocupado,
quando um anjo do Senhor o mandou para o caminho que descia de
Jerusalém para Gaza. O discípulo atende e aí encontra um homem que
lia a Lei sem compreendê-la. E entram ambos em santificado esforço
de cooperação.
Ninguém permanece abandonado. Os
mensageiros do Cristo socorrem sempre nas estradas mais
desertas. É necessário, porém, que a alma aceite a sua condição
de necessidade e não despreze o ato de aprender com humildade, pois
não devemos esquecer, através do texto evangélico, que o
mendigo de entendimento era o mordomo-mor da rainha dos etíopes,
superintendente de todos os seus tesouros. Além disso, ele ia de
carro e Filipe, a pé.
(Caminho, Verdade e Vida; cap. 175)
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