terça-feira, 8 de maio de 2012

DISCERNIR E CORRIGIR


“... com o critério com que julgardes sereis julgados;
e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também”.
– Jesus (MATEUS, 7:2)
Viste o companheiro em necessidade e comentaste-lhe a posição...
Possuía ele recursos expressivos e, talvez por imprevidência, caiu em penúria dolorosa...
Usufrui conhecimentos superiores e feriu-te a sensibilidade por arrojar-se em terríveis
despenhadeiros do coração que, às vezes, os últimos dos menos instruídos conseguem
facilmente evitar...
Detinha oportunidades de melhoria, com as quais milhares de criaturas sonham debalde e
procedeu impensadamente, qual se não retivesse as vantagens que lhe brilham nas
mãos...
Desfruta ambiente distinto, capaz de guindá-lo às alturas e prefere desconhecer as
circunstâncias que o favorecem, mergulhando-se na sombra das atitudes negativas...
Mantinha valiosas possibilidades de elevação espiritual, no levantamento de apostolados
sublimes, e emaranhou-se em tramas obsessivas que lhe exaurem as forças...
Tudo isso, realmente, podes observar e referir.
Entra, porém, na esfera do próprio entendimento e capacita-te de que te não é possível a
imediata penetração no campo das causas.
Ignoramos qual teria sido o nosso comportamento na trilha do companheiro em
dificuldade, com a soma dos problemas que lhe pesam no espírito.
Não te permitas, assim, pensar ou agir, diante dele, sem que a fraternidade te comande
as definições.
Ainda mesmo no esclarecimento absoluto que, em casos numerosos, reclama
austeridade sobre nós mesmos, é possível propiciar o remédio da fraqueza a doentes da
alma pelo veículo da compaixão, como se administra piedosamente a cirurgia aos
acidentados.
Se conseguimos discernir o bem do mal, é que já conhecemos o mal e o bem, e se o
Senhor nos permite identificar as necessidades alheias, é porque, de um modo ou de
outro, já podemos auxiliar.

(Palavras de Vida Eterna; cap. 179)

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