quarta-feira, 11 de abril de 2012

FAÇAMOS NOSSA LUZ




Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens.” — Jesus. (MATEUS, capítulo 5, versículo 16.)


Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limi­tado círculo de ação.
Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar.
A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade.
A angústia de nosso plano procede da sombra.
A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas. Nevoeiros que assaltam consciências, ra­ciocínios e sentimentos.
Em meio da grande noite, é necessário acenda­mos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja.
É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem.
É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos seja própria, pade­ceremos constante ameaça de queda. Os proprie­tários das lâmpadas acesas podem afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos.
Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa-vontade ao óleo do serviço e da humil­dade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada lon­ga!...
O problema fundamental da redenção, meu ami­go, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a ce­gueira nos próprios olhos.
Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de auto-educação, de conver­são substancial do “eu” ao Reino de Deus.
Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exor­nem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo...
Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada.
Todavia, avançar sem luz é impossível.

(Caminho, Verdade e Vida; cap 180)

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