sábado, 7 de abril de 2012

LEI DO USO

“E quando estavam saciados, disse Jesus aos seus discípulos: Recolhei os
pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” — (JOÃO, CAPÍTULO 6,
VERSÍCULO 12.)
Observada a lei do uso, a miséria fugirá do caminho humano.
Contra o desperdício e a avareza é imperioso o trabalho de cada um, porque,
identificado o equilíbrio, o serviço da justiça económica estará completo, desde que a
boa-vontade habite com todos.
A passagem evangélica que descreve o trabalho de alimento à multidão assinala
significativas palavras do Senhor, quanto às sobras de pão, transmitindo ensinamento
de profunda importância aos discípulos.
Geralmente, o aprendiz sincero, nos primeiros deslumbramentos da fé reveladora,
deseja desfazer-se nas atividades de benemerência, sem base na harmonia real.
Aí temos, indiscutivelmente, louvável impulso, mas, ainda mesmo na distribuição dos
bens materiais, é indispensável evitar o descontrole e o excesso.
O Pai não suprime o inverno, porque alguns dos seus filhos se queixam do frio, mas
equilibra a situação, dando-lhes coberturas.
A caridade reclama entusiasmo, entretanto, exige também discernimento generoso,
que não incline o coração à secura.
Na grande assembléia de necessitados do monte, por certo, não faltariam preguiçosos
e perdulários, prontos a inutilizar a parte restante de pão, sem necessidade justa.
Jesus, porém, antes que os levianos se manifestassem, recomendou claramente: —
“Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.” É que, em todas as
coisas, o homem deverá reconhecer que o uso é compreensível na Lei, desprezando o
abuso que é veneno mortal nas fontes da vida.

(Pão Nosso; cap. 171)

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