terça-feira, 3 de abril de 2012

QUEM ÉS?


Há só um Legislador e um Juiz que pode salvar e destruir. Tu, po­rém, quem és, que julgas a outrem?” — (TIAGO, capítulo 4, versículo 12.)

Deveria existir, por parte do homem, grande cau­tela em emitir opiniões relativamente à incorreção alheia.
Um parecer inconsciente ou leviano pode gerar desastres muito maiores que o erro dos outros, con­vertido em objeto de exame.
Naturalmente existem determinadas responsabili­dades que exigem observações acuradas e pacientes daqueles a quem foram conferidas. Um administrador necessita analisar os elementos de composição hu­mana que lhe integram a máquina de serviços. Um magistrado, pago pelas economias do povo, é obri­gado a examinar os problemas da paz ou da saúde sociais, deliberando com serenidade e justiça na defesa do bem coletivo. Entretanto, importa compreen­der que homens, como esses, entendendo a extensão e a delicadeza dos seus encargos espirituais, muito sofrem, quando compelidos ao serviço de regenera­ção das peças vivas, desviadas ou enfermiças, en­caminhadas à sua responsabilidade.
Na estrada comum, no entanto, verifica-se grande excesso de pessoas viciadas na precipitação e na leviandade.
Cremos seja útil a cada discípulo, quando asse­diado pelas considerações insensatas, lembrar o papel exato que está representando no campo da vida pre­sente, interrogando a si próprio, antes de responder às indagações tentadoras: “Será este assunto de meu interesse? Quem sou? Estarei, de fato, em condições de julgar alguém?”

(Caminho, Verdade e Vida; cap. 46)

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