sexta-feira, 20 de abril de 2012

O GRANDE FUTURO

“Mas agora o meu reino não é daqui” — Jesus. (JOÃO, CAPÍTULO 18,
VERSÍCULO 36.)
Desde os primórdios do Cristianismo, observamos aprendizes que se retiram
deliberadamente do mundo, alegando que o Reino do Senhor não pertence à Terra.
Ajoelham-se, por tempo indeterminado, nas casas de adoração, e acreditam efetuar na
fuga a realização da santidade.
Muitos cruzam os braços à frente dos serviços de regeneração e, quando interrogados,
expressam revolta pelos quadros chocantes que a experiência terrena lhes oferece,
reportando-se ao Cristo, diante de Pilatos, quando o Mestre asseverou que o seu reino
ainda não se instalara nos círculos da luta humana.
No entanto, é justo ponderar que o Cristo não deserdou o planeta. A palavra dEle não
afiançou a negação absoluta da felicidade celeste para a Terra, mas apenas definiu a
paisagem então existente, sem esquecer a esperança no porvir.
O Mestre esclareceu: — “Mas agora o meu reino não é daqui.”
Semelhante afirmativa revela-lhe a confiança.
Jesus, portanto, não pode endossar a falsa atitude dos operários em desalento, tão-só
porque a sombra se fez mais densa em torno de problemas transitórios ou porque as
feridas humanas se fazem, por vezes, mais dolorosas. Tais ocorrências, muita vez,
obedecem a pura ilusão visual.
A atividade divina jamais cessa e justamente no quadro da luta benéfica é que o
discípulo insculpirá a própria vitória.
Não nos cabe, pois, a deserção pela atitude contemplativa e, sim, avançar,
confiantemente, para o grande futuro.



(Pão Nosso; cap. 133)

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