segunda-feira, 18 de junho de 2012

FAZER LUZ

"Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões".
- Paulo. (Romanos, 14:1).
Indubitavelmente, nem sempre a fé acompanha a expansão da cultura, tanto quanto nem
sempre a cultura consegue altear-se ao nível da fé.
Um cérebro vigoroso pode elevar-se a prodígios de cálculo ou destacar-se nos mais
entranhados campos da emoção, portas a dentro dos valores artísticos, sem entender
bagatela de resistência moral diante da tentação ou do sofrimento. De análogo modo, um
coração fervoroso é suscetível das mais nobres demonstrações de heroísmo perante a
dor ou da mais alta reação contra o mal, patenteando manifesta incapacidade para aceitar
os imperativos da perquirição ou dos requisitos do progresso.
A Ciência investiga.
A Religião crê.
Se não é justo que a Ciência imponha diretrizes à Religião, incompatíveis com as suas
necessidades do sentimento, não é razoável que a Religião obrigue a Ciência à adoção
de normas inconciliáveis com as suas exigências do raciocínio.
Equilíbrio ser-nos-á o clima de entendimento em todos os assuntos que se relacionem à
Fé e à Cultura, ou estaremos sempre ameaçados pelo deserto da descrença ou pelo
charco do fanatismo.
Auxiliemo-nos mutuamente.
Na sementeira da fé, aprendamos a ouvir com serenidade para falar com acerto.
Diz o Apóstolo Paulo: "Acolhei o que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões". É
que para chegar à cultura, filha do trabalho e da verdade, o homem é naturalmente
compelido a indagar, examinar, experimentar, e teorizar, mas, para atingir a fé viva, filha
da compreensão e do amor, é forçoso servir. E servir é fazer luz.

(Livro Segue-me)

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